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Memória de Santarém: A volta do Cine Olímpia, há 50 anos
Imagem de 1976, com o Cine Olímpia reaberto havia 4 anos - Créditos: Arquivo/Padre Sidney Canto
Em abril de 1972 o Cine-Olímpia voltou a funcionar, depois de sofrer um incêndio que quase o destruiu por inteiro. Não foi propriamente uma reinauguração, como a empresa ressaltou em uma nota de explicação ao público, porque ainda faltavam “alguns melhoramentos, tais como o forro, a cortina do palco e o balcão”.
O prejuízo fora muito alto, ‘e, apesar de comentários maliciosos feitos por ignorantes, não é possível recuperar-se rapidamente de uma perda de tal monta’, dizia o comunicado.
Garantia que, para compensar essas deficiências, o Olímpia iniciaria uma “excepcional temporada de grandes filmes’, com um a média de quatro estreias por semana “de filmes de elevado gabarito artístico e de grande sucesso popular”.
Operação Dragão: Há 36 Anos Cine Olímpia Exibia Última Sessão
Weldon Luciano
Há 36 anos, o Cine Olímpia em Santarém, no oeste do Pará, exibia sua última sessão. Em cartaz, o filme Operação Dragão, com o astro das artes marciais, Bruce Lee, o dia 4 de maio de 1986 marcou o encerramento das atividades. O antigo cinema da cidade durou mais de 6 décadas sendo um marco para história e a cultura da região.
Inaugurado em 1924 com o nome de Cine Ideal, o espaço foi idealizado por Manoel Albuquerque. Era precário, ao ar livre, sem teto e de chão batido, falindo após alguns meses. Após ser arrendado, o empreendimento reabriu com o nome de Cine Guanabara, agora com telhado, o que permitia exibições em dias de chuva, mas também não durou muito tempo.
“Meu bisavô o reinaugurou com o nome de Cine Olímpia e funcionou durante 6 anos. Em 1937, foi novamente arrendado, agora pelo Sr. Arnold, alemão patriarca da família Meschede, que o denominou Cine REX”, conta Emano Loureiro, cineasta.
Modernizado com um sistema de som, algo inédito para a época, onde antes os filmes eram mudos e acompanhados de uma banda musical, o cinema local passou por uma década de altos e baixos. “O antigo prédio foi demolido e reconstruído em 1947 como Cine Olímpia novamente, já pelo meu avô Manoel Cardoso Loureiro”, relembra Loureiro.
Outro episódio marcante da história do Cine Olímpia foi o incêndio em 1971, já na administração de Raul Loureiro, pai de Emano. Foi reinaugurado com modernos equipamentos de projeção da marca Zeiss, importados da Alemanha e o primeiro cinema privado de rua do Brasil com esses aparelhos. Resistiu por mais 14 anos, vindo a encerrar as suas atividades em 1986. “Foram 62 anos de história do Cine Olímpia. Vinte anos depois, encerrava-se a tradição de exibidores de cinema da família Loureiro em Santarém, com o fechamento do Cinerama em março de 2006”, conclui o cineasta.
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