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Comunidades podem obstruir rio Trombetas para pressionar MRN a acatar reivindicações

Weldon Luciano - 11/02/2019

Comunitários que vivem no entorno da área de atuação da empresa Mineração Rio do Norte (MRN) em Oriximiná que participaram da audiência pública sobre segurança das barragens na sexta-feira, 8 de fevereiro e puderam acompanhar a apresentação técnica sobre a atual situação das instalações utilizadas na mineração de bauxita e puderam expor também suas reivindicações. Caso as exigências não sejam cumprida, uma das medidas a serem tomadas pode ser a obstrução do rio Trombetas.

 


De acordo com representantes das 33 comunidades que estão localizadas no entorno do empreendimento, estão entre as exigências, maior transparência nas ações de emergências, mais respeito com a população das comunidades e participação dos lucros da mesma forma como é em Juruti.

 

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Apesar da barragem Água Fria estar situada a apenas 400 metros da Comunidade Quilombola Boa Vista, os comunitários alegam que não há um plano para lidar com eventual rompimento da barragem e nem existem projeções dos impactos. Também apontam a dificuldade de acesso às informações, falta de transparência sobre o processo de licenciamento ambiental dessas barragens, limitações das avaliações de impacto ambiental, ausência de projeções de riscos para a população, falta de diálogo com as comunidades locais.

 

Embora os estudos técnicos da Mineração Rio do Norte apontem o contrário, moradores ribeirinhos e quilombolas relatam que o local sofreu grandes alterações ambientais.

 


A MRN, durante audiência pública, garantiu que sua barragens estão em condições seguras de operação e que os Planos de Ação de Emergência das Barragens de Mineração foram entregues a todos os órgãos fiscalizadores. No entanto, para o Ministério Público Estadual, os dados apresentados pela MRN ainda são superficiais, principalmente em relação ao plano de emergência da empresa em caso de rompimento das barragens.

 


De acordo com a apresentação técnica realizada pela empresa, laudos sobre estas condições são emitidos semestralmente, sendo elaborados por consultoria independente e seguem padrões internacionais protocolados na Agência Nacional de Mineração (ANM), antigo DNPM. Os Planos de Ação de Emergência das Barragens de Mineração (PAEBM) dos reservatórios TP01, TP02, A1 e Água Fria, elaborados pela MRN, foram entregues a todos os órgãos  fiscalizadores e, em breve, devem ser mais detalhados junto aos públicos de interesse.

 




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