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O fim do império Ford no Pará

Lúcio Flávio Pinto - 18/03/2024

Uum produto de exportação foi exaurido ao máximo nos anos de funcionamento da Companhia Ford no Tapajós: a madeira. Um dos primeiros galpões construídos em Fordlândia não era para o beneficiamento de borracha, mas uma serraria(Sidney Canto) - Créditos: Foto: arquivo Marcos Colon

 

Henry Ford II ( foto abaixo ) nunca foi ao vale do rio Tapajós, no oeste do Pará, ver com seus próprios olhos o plantio de seringueiras formado por seu pai, o fundador da indústria automobilística que virou símbolo do capitalismo no mundo. Mas em 1944 o filho do magnata americano foi reconduzido à presidência da Companhia Ford Industrial do Brasil, juntamente com Kristian Orberg (diretor-gerente), Archibald Johnston, seu substituto nas ausências ou impedimentos, e HB J. Craig e R. I. Roberge, diretores.

 

 

 

 

O único brasileiro que participava da diretoria era Edmar Jovita. Os outros brasileiros da cúpula da empresa, que tinha sua sede em Belém, em um dos casarões da rua Gaspar Viana (ao lado das antigas sedes da Folha do Norte e O Liberal), estavam no conselho fiscal: Jovelino Coimbra, Rodrigo Lira de Azevedo, João Ribeiro da Silva e Luiz Dib-Doce, suplente.

 

Foi o último ano de integral atuação da empresa no Pará. Em 1945 venderia sua propriedade de um milhão de hectares, em Fordlândia e Belterra, ao governo federal. E desistiu de vez de extrair na Amazônia borracha para suas necessidades mundiais. Por ironia da natureza, a terra nativa da Hévea Brasiliensis se mostrou refratária à globalização do produto. Os capitalistas passaram a suprir-se no Oriente, através de terceiros.




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