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Rede de água e barracão comunitário na Costa do Tapará e Santa Maria vão ver executados com renda da feira do pirarucu de manejo
Comunitário do Tapará durante despesca de pirarucu em sistema de manejo e o produto sendo vendido na feira, em Santarém -
Créditos: Montagem/PMS/Divulgação
Cerca duas toneladas de pirarucu foram comercializadas durante a Feira do Pirarucu de Manejo, realizada no último sábado (18), na Praça Barão São Sebastião, em Santarém, no oeste do Pará. As vendas superaram as expectativas dos organizadores e animaram os pescadores que participaram da edição deste ano. E eles já começaram a pensar no que vão poder fazer em suas comunidades com parte do dinheiro arrecadado. Em Santa Maria, por exemplo, o recurso vai ajudar na conclusão do barracão comunitário. Já na Costa do Tapará, a expansão rede de água é prioridade para os comunitários.
Santa Maria e Costa do Tapará são duas comunidades que trabalham com o manejo de pirarucu. Nessas localidades, o maior peixe de escama de água doce do mundo recebe atenção especial de todos para a sua reprodução natural. A fiscalização dos lagos é feita pelas próprias comunidades que atua no combate à pesca predatória na região de várzea, garantindo a preservação da espécie da extinção.
O manejo é um método eficiente de produção, no qual informações científicas se uniram à experiência das comunidades locais. Além de proteger o pescado, esse modelo gera renda também para os comunitários. Por isso há o envolvimento de todos nesse processo, que exige um esforço coletivo.
O pirarucu de manejo que chega às mesas dos consumidores deve ter peso e tamanho adequado. Para que o pirarucu cresça e engorde, cerca de 10 grupos, com 12 a 15 homens, se revezam, todas as noites, na fiscalização dos cinco lagos da região, afastando invasores e protegendo a natureza e o produto que garante alimento e recurso aos pescadores.
A pesca somente é liberada após a confirmação dos níveis de estoque nos lagos, se está alto ou baixo. Os próprios pescadores fazem a contagem dos animais em cada lago ou rio. O método determina se a pesca deve ser liberada ou restrita naquela área específica. Esse trabalho também envolve uma fiscalização rigorosa dos lagos ou rios interditados, mas é a própria rede local que se envolve na tarefa de evitar a pesca predatória.
"É um trabalho cansativo. Toda noite a gente se desloca da nossa casa para fiscalizar o lago, mas isso aqui está dando êxito para nossa comunidade. É daqui que a gente tira recursos para investir nas nossas comunidades”, disse Gerinaldo Ferreira, coordenador do Núcleo de Base de Costa do Tapará.
A 4ª edição da Feira do Pirarucu de Manejo foi promovida pelas famílias das comunidades de Santa Maria e Costa do Tapará e apoiado pela Prefeitura de Santarém, por meio das Secretarias Municipais de Meio Ambiente (Semma) e Agricultura e Pesca (Semap), além da Sapopema, Sebrae, Sedap/PA, Colônia de Pescadores Z-20 e TNC.