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Vazante acentuada dos rios muda rotina, isola comunidades e provoca falta d'água e transporte no interior de Santarém
Créditos: Lanchas precisam ser arrastadas por longas distâncias
A seca nas regiões do Tapajós e Baixo Amazonas alcança níveis alarmantes. A cada dia, a estiagem severa muda o modo de vida dos comunitários. Nas comunidades localizadas às margens dos rios, o cenário é desolador e preocupante. Lagos, igarapés, mananciais e outras fontes de vida e subsistência do ribeirinho estão seriamente comprometidos. Com a água cada vez mais escassa, a pesca, meio de sobrevivência de muitas famílias, está ameaçada pelos próximos meses.
Onde antes era rio e água para todos os lados, se tornou um grande lamaçal, que dificulta o transporte fluvial, principal meio locomoção dos moradores. Ilhados e quase isolados, as pessoas buscam meio de se locomover arrastando suas pequenas embarcações pela lama à procura de água para navegar.
Segundo o Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns (CITA), a região sul da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns (Resex), está sofrendo com estiagem. Além da seca, as queimadas são outro problema que aflige quem vive nessa região. No município de Aveiro, aldeias e comunidades registram secas extremas do rio e a morte de peixes.
Graças ao trabalho de voluntários, brigadistas do Instituto Chico Mendes e do Corpo de Bombeiros, o fogo foi controlado. Mas as ameaças de novos incêndios são constantes nesta época do ano com as altas temperaturas e clima seco.
A seca do rio continua aumentando e deixando, inclusive, muitas aldeias e comunidades isoladas e com alimentação reduzida.
O CITA e outras organizações estão em articulação e mobilização pra conseguir levar ajuda, sobretudo alimentação, combustível e água para as famílias atingidas.
Nesta segunda-feira (9), o secretário regional de Governo do Baixo Amazonas, José Maria Tapajós, participou de uma reunião com o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Jayme de Aviz Benjó, para discutir ações de enfrentamento à seca no Baixo Amazonas e Tapajós, junto a Defesa civil do Estado.
A reunião contou ainda que a participação, por meio de videoconferência, do prefeito de Santarém, Nélio Aguiar, o prefeito de Itaituba, Valmir Clímaco.
“Vamos viabilizar ações para que a ajuda humanitária chegue até às famílias afetadas. Conversei com o governador Helder Barbalho para tratar dessas ações. No Baixo Amazonas, a situação é crítica na região de várzea, no Lago Grande, Tapajós e Arapiuns em Santarém. Em Itaituba, em várias localidades, está em situação crítica também. Nos municípios de Óbidos, Alenquer, Monte Alegre, que devem decretar situação de emergência para que o Estado possa promover ações humanitárias", explicou Zé Maria Tapajós.
Os prefeitos devem fazer um levantamento do número de famílias e pessoas impactadas pela seca para receber ajuda humanitária do Estado e União. "Onde já foi decreto estado de emergência, espera-se que seja homologada pelo Estado para que a ajuda comece a chegar", disse.