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Comércio ignora apelo de golpistas para fechar lojas em Santarém: vídeo; veja quem articula e financia protestos em frente ao BEC

Portal OESTADONET - 07/11/2022


Mais uma vez, os lojistas santarenos ignoraram a convocação de um grupo de empresários do setor do agronegócio e comerciantes bolsonaristas para fechar lojas no centro comercial de Santarém, no oeste do Pará. A ‘greve geral’ convocada pelos extremistas vinha sendo articulada desde a última sexta-feira (4), em todo o país, não vingou por enquanto, em Santarém, já que as lojas do centro comercial abriram normalmente nesta segunda-feira(7), como comprova o vídeo desta matéria.

 

Fechados, apenas, alguns estabelecimentos comerciais de setores não essenciais, cujos donos apoiam o movimento golpista, mas ainda assim, sem efeito algum no comércio local. A reportagem do Portal OESTADONET nesta segunda-feira registrou que todas as lojas do centro comercial da cidade mantêm suas portas abertas e com grande movimentação de clientes.

 

No município de Santarém, um pequeno grupo de bolsonaristas tenta intimidar comerciantes e empresários a aderirem à sua causa antidemocrática, porém, ainda não encontrou apoio dos lojistas. Apenas a Associação Comercial e Empresarial de Santarém (Aces) e Sindicato Rural (Sirsan) mantém apoio fechado com esses grupos. Tanto a Câmara dos Dirigentes Lojistas(CDL) e o Sindlojas não recomendaram o fechamento das lojas, e a Federação das Associações Comerciais do Estado do Pará(FACIAPA) já emitiu nota ( LEIA AQUI) rechaçando a orientação em apoio ao movimento de contestação dos resultados das eleições para presidente da república.

 

A convocação para a "greve geral" chancelada por esses grupos é proibida pela legislação. Apesar disso, de forma insistente, os bolsonaristas tentam forçar a paralisação das atividades comerciais, enquanto se reúnem em frente ao quartel do 8o. BEC, na serra do Piquiatuba, desde a noite do dia 30 de outubro. 

 

De acordo com os comerciantes, as lojas do centro comercial não irão fechar, sobretudo devido à grande movimentação que tem se registrado no comércio há poucos dias do início da Copa do Mundo e promete aumentar em dezembro, quando começam as festas de fim de ano.

 

Quem financia e arrrecada para os golpitas

 

O Portal OESTADONET teve acesso a áudios e prints de postagens de grupos de whatsapp integrados por alguns empresários e lojistas bolsonarias que mostram como é arrecadado do dinheiro para custear as despesas com o "protesto" golpista em frente ao quartel do Exército.

 

Tudo teria começado com a articulação de Olavo das Neves junto ao presidente da Associação Comercial e Empresarial de Santarém(ACES, empresário Roberto Branco, para emissão de uma nota recomendando o fechamento do comercio às véspera do feriado de Finados(2). Mas os lojistas ignoraram e abriram o comércio.

 

Mas sem que seu nome apareça no documento, Olavo, que já foi presidente da ACES, disparou telefonemas a lojistas para recomendar o fechamento de estabelecimentos. Em áudios enviados a grupos de mensagens, ele tenta se desvincular do movimento golpista, mas depois, através de outras mensagens de áudio, invoca o nome de Deus para conclamar os integrantes do protesto a resisitir até que "os generais divulguem auditoria nas urnas eletrônicas que comprovariam fraudes".

 

Há mensagens trocadas em outros grupos bolsoaristas que orientam como deve ser feita a coleta de dinheiro para custeio de despesas na serra do Piquiatuba. Um desses é denominado "Santarenos". Lá, alguns membros explicam como deve ser feita a arrecadação e pra quem o dinheiro, através de PIX, deve ser enviado para compra de pão e água mineral.

 

Há outros prints de mensagens entre os golpistas, em poder da redação, que mostra a contribuição de Marcos Hubner, por exemplo, para pagar a despesas com aluguel de banheiros químicos. O dono da loja Comprare reclama que o débito já chega a R$ 9.500,00, pois o custo diário do aluguel dos equipamentos é de R$3.250,00 e duas parcelas estariam em atraso.

 

Marcos Hubner gravou um áudio (também em poder do Portal OESTADONET) para reclamar  que lojas do setor de material de construção teriam sido pressionados a desistir do protesto de fechar os estabelecimentos nesta segunda-feira(7) porque, segundo ele, os contadores dessas empresas teriam feito alerta de que esses empresários sofreriam retaliação através de "ordens vindo de cima". 




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