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Em quem votar para presidente?

Lúcio Flávio Pinto - 12/09/2018

Pelos resultados da última pesquisa de intenção de voto, divulgados ontem pelo Ibope, Jair Bolsonará passará para o 2º turno, sem conseguir uma vitória definitiva no 1º turno nem sustentar essa vantagem no momento seguinte. O efeito favorável a ele do atentado que sofreu não deverá lhe dar ganhos maiores do que os que ele obteve, de menos de 20%, passando de 22% para 26%. Se não conseguir reduzir ainda mais a sua rejeição, como a queda de 25% entre as duas últimas sondagens do Ibope, dificilmente vencerá no 2º turno, embora a previsibilidade de uma definição esteja menos clara agora do que antes..
Parece que os defensores do "quanto pior melhor" ou do "destruir o que existe para ver se surge o novo" se deslocaram um pouco de Ciro Gomes para Bolsonaro, os dois mais extremistas, em busca de um nome mais centrado, porém sem o desgaste das acusações de corrupção e do imobilismo. Fernando Haddad deve estar avaliando intimamente se valeu o empurrão de Lula. Graças ao espichamento da atuação do ex-presidente como candidato à reeleição, Haddad obteve 25% a mais para o 1º turno, mas, talvez, diminuindo suas possibilidades de passar para o 2º turno, quando teria mais probabilidade de ficar à frente de Bolsonaro, como, de resto, todos os adversários do candidato do PSL.
Para animar a sua perspectiva, seus filhos e membros da campanha querem convencer o eleitor que o deputado federal e ex-capitão estará em condições físicas de garantir a sua presença nas ruas nos últimos dias antes da eleição do dia 7. Para isso, divulgam vídeos e fotos do candidato se restabelecendo - surpreendentemente bem - no apartamento do hospital Alberto Einstein, em São Paulo, livre da UTI. Querem atingir o eleitor que não gosta de perder o voto. Ele abandonará Bolsonaro se achar que ele não terá sua saúde restabelecida, ainda que apenas parcialmente, até a eleição - e, principalmente, para exercer a presidência. A incerteza poderá repartir os votos dessa parcela do eleitorado, inclusive para Geraldo Alckmin, do PSDB, que estancou em 9%, conseguindo empatar com Marina Silva e ficar em empate técnico, no limite da margem de erro, com Ciro.
Mudando para não mudar, esta continua a ser a eleição mais imponderável desde a redemocratização - e, talvez, a mais pobre em alternativas de candidatos para o eleitor que quer mudança, mas não pretende subir numa canoa furada, exatamente quando o mar está encapelado, como é a situação do Brasil atual.




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