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Comunidades de assentamento no Lago Grande cobram do Incra infraestrutura

Weldon Luciano - 01/08/2018

Comunidades que integram o Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) cobram providencias do Ministério Público Federal e Estadual, para que o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) possa tomar medidas que visem melhorias, pois todos sofrem com estradas ruins, ausência de comunicação e acesso a serviços básicos como saúde e educação ainda muito precários. Uma Audiência Pública foi realizada no dia 14 de julho e muitas destas reivindicações foram protocoladas.

Há 13 anos, as 30 mil pessoas que vivem do agroextrativismo nas 145 comunidades do PAE. Porém, a viabilidade econômica dessas atividades depende muito das oportunidades de comercialização que variam de acordo com cada cultura. As políticas mais importantes para isto são as de apoio (sobretudo assistência técnica, crédito para investimento, beneficiamento e comercialização), a pesquisa de tecnologias de produção e industrialização, ampliação da infra-estrutura e organização dos produtores. 

De acordo com os líderes comunitários, o Incra, que deveria concretizar a tão sonhada reforma agrária tem se mostrado ineficiente no seu objetivo. Com cortes no orçamento, sem estrutura e com poucos servidores, a autarquia ainda sofre com o constante e abusivo uso político como palanque eleitoral. Para muitos, o Incra atende mais aos interesses dos grandes produtores do que aos assentados.

Com a ausência da titulação das terras, as políticas públicas de desenvolvimento das comunidades ainda não chegaram aos assentados. Os moradores da comunidade Bom Futuro cobram a presença de uma ambulância exclusiva para a região do Arapiuns, além do Barco Abaré. Os comunitários reivindicam a instalação de torres de sinal para garantir cobertura de telefonia em toda a região. A implantação do ensino médio nos lugares aonde não é ofertado, além da manutenção da modalidade nos lugares aonde já existe. Muitos defendem também a vinda de universidades para as comunidades que são polo, como já existe em algumas comunidades indígenas.

Chegar nas comunidades é algo desafiador. O trajeto usado para se deslocar até comunidade de Muruí, aonde fica a sede da Federação das Associações de Moradores e Comunidades do Assentamento Agroextrativista da Gleba Lago Grande (Feagle), que representa os colonos, é feito por meio fluvial e rodoviário. Após 1h de viagem de lancha de Santarém é possível chegar até o porto da comunidade de Aninduba. Seguindo pela estrada vicinal Transarapixuna, percorre-se 22 km até o entroncamento com a estrada Translago, aonde são percorridos mais 56 km até a comunidade. A viagem deveria durar 1h30, mas acaba sendo feita 2h30 devidos as péssimas condições das estradas, que são esburacadas. Quanto a comunicação, não há sinal de nenhuma operadora de telefonia. Comunitários que moram nas proximidades da Escola Municipal São Sebastião conseguem ter acesso à internet quando a rede Wi-Fi do educandário está ativada e esporadicamente podem utilizar redes sociais como o Whatsapp e o Facebook.  




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