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Perseguidos no Amazonas e Roraima, índios Warao têm artesanato valorizado em Santarém

Portal OESTADONET - 10/06/2018

Créditos: Ind�gena refugiada Warao tece rede. Um pe�a custa 400 reais. Foto: Geisa Oliveira/Semtras

Índios da etnia Warao, procedentes da Venezuela e que buscam refúgio no Brasil, além da falta de emprego, dificuldade com a língua e descaso do poder público, estão enfrentando mais um obstáculo para sua sobrevivência, em Manaus e Boa Vista.

Ao contrário de Santarém, no oeste do Pará, onde a assistência ao indígena, coordenada pela Secretaria de Trabalho e Assistência social, busca sua inclusão no meio social, já foram registrados casos em que o material usado para a confecção de artesanato foi confiscado pelo Exército e as peças apreendidas pela fiscalização.

A última apreensão ocorreu no dia primeiro de junho, no posto de controle do Exército, Pacaraima, fronteira com a Venezuela. Há diversos relatos de waraos que tiveram cestas e redes apreendidas pelos militares.

Os Warao dizem que até fibra tem sido confiscada. Os índios usam a fibra do buriti, uma palmeira nativa da região, para a confecção de redes, bolsas e cestas. Mas devido a escassez da palha natural, os indígenas acabam utilizando fios de nylon ou linha sintética.

Mas difícil que trançar a fibra e vender seus produtos em Boa Vista, Manaus e Belém, onde os Warao não encontram o mesmo apoio que vêm recebendo em Santarém, onde há até local para exposição de seus artesanatos, revela Celsa Aguiar, secretária de assistência social. " Nosso trabalho de assistência aos refugiados venezuelanos já está sendo copiado para outras cidades. Procuramos incluir os indígenas em programas sociais e não apenas assistenciais, por isso além de abrigá-los, o município faz ações educativas e de geração de renda", conta com orgulho a titular da Semtras.

Embora reconheça que alguns indígenas refugiados - são cerca de 105 atualmente instalados no abrigo municipal - perambulem pelas ruas da cidade em companhia de seus filhos para pedir esmola, Celsa diz que as condições em que vivem são melhores que em todas as cidades amazônicas para onde migraram. " É um hábito a mendicância, infelizmente. Mas se a população não der dinheiro, os refugiados indígenas ou voltam para seus locais de origem ou buscam outros meios de sobrevivência através do trabalho".

Nesta semana, a partir do dia 13, dutadur 15 dias, haverá mais uma exposição de artesanato dos índios Warao, no Centro Cristo Rei. Serão expostos para a venda redes, paneiros, chapéus, bolsas colares e pulseiras.




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