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A transformação social por meio do turismo comunitário em Belterra

Portal OESTADONET - 30/04/2018

Créditos: Artesanato em Jamaraqua

Como mudar uma realidade social por meio do turismo? A resposta está sendo dada pela comunidade de Jamaraquá, localizada na margem direita do Rio Tapajós, a 25 km do município de Belterra e a 75 km de Santarém, na região oeste do Pará. Grupos tradicionais de seringueiros utilizam o látex extraído para desenvolver o artesanato e impulsionar a atividade turística, nesta região do estado do Pará, cercada por belas praias e paisagens exuberantes. A junção turismo e artesanato têm proporcionado melhores condições de vida a quem reside no local e despertado maior interesse de turistas em conhecer um pedaço da Amazônia ainda pouco divulgado.

Jamaraquá é uma das 25 comunidades pertencentes à Floresta Nacional do Tapajós, Unidade de Conservação criada pelo Governo Federal, no ano de 1974, e administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A Unidade apresenta grande diversidade de paisagens como: lagos, igarapés e as praias paradisíacas do Rio Tapajós. Ainda pouco explorada, a comunidade apresenta atrativos turísticos a perder de vista, no entanto, grande parte da população ainda vive dependente economicamente de subsídios sociais do Governo Federal e do trabalho rudimentar da atividade extrativista. Pensando em uma forma sustentável para gerar renda foi que famílias de seringueiros se uniram e buscaram apoio para comercializar produtos à base do látex.

Capacitação – Para mudar uma realidade social era necessário primeiramente aprender a utilizar de maneira correta os produtos que a natureza oferece. Dentro de uma Unidade de Conservação existem os limites de exploração estabelecidos por lei. No entanto, Jamaraquá tem uma identidade voltada à atividade extrativista, através do látex. Por isso, um trabalho integrado entre comunidade, instituições públicas e entidades não governamentais transformou a confecção de produtos à base da borracha, colocando Jamaraquá na rota do turismo nacional e internacional.

Nesse sentido, a partir da produção da borracha, as populações que vivem na floresta passam a ter renda e condições de se manter sem a necessidade de derrubar as árvores para vender a madeira. Ou seja, com a floresta em pé e bem manejada, é possível, além de preservá-la, ter uma fonte de renda e chamar atenção para o turismo de lazer, pois quando se agrega valor às peças produzidas a partir da borracha, visitantes são atraídos não somente pela beleza do local, mas, sobretudo, pelos seus serviços.

No processo de produção estão inseridas, principalmente, mulheres e jovens, por serem consideradas mais cuidadosas e caprichosas nos detalhes. Desta forma, a borracha será de melhor qualidade, permitindo a incorporação da mão de obra familiar no extrativismo dos recurso florestais da comunidade.

Preservação – O turismo envolvendo direta e indiretamente as comunidades às margens do Rio Tapajós, que residem ou estão muito perto de áreas protegidas, desenvolvem um trabalho intenso de conservação e preservação de recursos naturais. Uma das diversas iniciativas que têm contribuído intensamente com a inclusão e condições socioeconômicas de diversas famílias é o artesanato.

Com a prática do ecoturismo em diversas localidades, a comercialização do artesanato de fibras, de látex, de sementes, de cuias e cerâmica são realizadas diretamente com o turista que visita a comunidade ou que consome os produtos no mercado externo, em feiras e centros de artesanato.




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