Memória de Santarém : a volta do jornal em 1952, vira-casaca eleitoral, homem da vassoura em comício
Orla da avenida Adriano Pimentel, 1960. - Créditos: Foto: Meu Baú Mocorongo de Wilson Fonseca
A volta do Baixo-Amazonas
Em maio de 1952 voltou a circular em Santarém o jornal O Baixo-Amazonas. Sua primeira versão foi entre 1872 e 1894. Com quatro páginas, o jornal tinha Elias Pinto como diretor, Silvério Sirotheau Correa como redator e Ambrósio Caetano Correa como gerente. Entre os seus colaboradores estavam alguns dos principais intelectuais santarenos: Emir Bemerguy, Wilson Fona, Arinos Fonseca e Wilson Fonseca.
Na 1ª página havia um editorial apresentando o jornal; matéria sobre o aniversário do bispo, d. Floriano Lowenau; reportagem de A. Barros: “Quando será reconhecido o valor indiscutível do trabalhador da Amazônia?”, era o título; artigo de A. Dolores: “Do sonho à realidade”; notícia: “Promoções” (sobre a promoção funcional de Joaquim Cezar de Paes Barreto e Vitor Murrieta, gerente e contador da agência do Banco de Crédito da Amazônia, respectivamente; notícia s obre a inauguração das novas instalações de Alto-Falantes Ipiranga e sobre a assembleia-geral da Tecejuta.
Na 2ª página: Notas católicas. Despedida de casal; matéria sobre o futebol santareno; notícia sobre a chegada da planta da futura fábrica de fiação e tecelagem de juta; nota sobre o favorecimento na compra de lenha pela prefeitura para a usina de energia; mensagem de Osvaldo de Oliveira sobre o novo jornal; ota sobre o falecimento da professora Agripina de Matos; e entrevista com Antônio Brito.
Na 3ª página: só anúncios.
4ª página: reprodução da entrevista do presidente do Banco de Crédito da Amazônia, Gabriel Hermes Filho; mensagem de Haroldo da Cunha Franco: “Para o alto ‘Baixo Amazonas’”; noticiário de agência; coluna de Wilson Fonseca sobre música; Nota sobre a intenção de comprar uma linotipo; saudação ao jornal pelo padre Manuel Albuquerque.
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Caixa Econômica. Lóide Aereo. Estatuto da Igreja Batista de Santarém (o maior: ¾ de página). Hotel Oriente
Homem da vassoura
Em campanha pela presidência da República, Jânio Quadros fez comício em Santarém em 13 de janeiro de 1960. O Jornal de Santarém estranhou “não ter havido oradores dentre os políticos que em Santarém apóiam o ex-governador de São Paulo”. Mesmo assim, o “homem da vassoura” ganhou. Mas durou pouco no Palácio do Planalto. Não chegou a um semestre.
Alistamento eleitoral
Na sede do PSD, na rua Floriano Peixoto, no período pré-eleitoral, o partido mantinha em 1960 “fotógrafo e pessoal habilitado para atender quem queira alistar-se eleitor”. Os vereadores José Saraiva Macedo e Belarmino Paiva, considerados “a dupla bossa nova do PTB”, bateram o recorde de alistamento: fizeram 2.233 eleitores.
O vira-casaca
Apesar de pertencerem à coligação, reunião de partidos contra Magalhães Barata, Nestor Orlando Miléo e seu irmão, José Miléo, apoiaram o candidato do partido adversário, o PSD, ao governo do Estado, em 1960. Também Guilherme Imbiriba Lisboa e Aurélio Imbiriba da Rocha se aliaram a Aurélio do Carmo, que venceu a disputa.
Identificação do eleitor
Um delegado de polícia vinha da capital para “dirigir o serviço de distribuição de carteiras de identidade para fins eleitorais, conduzindo consigo todo o material necessário.
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