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Santarém fechou o ano de 2015 com 218 casos confirmados de hepatites

Sílvia Vieira, Repórter de O EstadoNet - 12/05/2016

Relatório de investigação de Hepatites Virais SINANNET, do SUS, aponta que durante todo o ano passado, o município de Santarém teve 218 casos confirmados da doença de um total de 400 pacientes notificados. Nos 16 municípios do oeste do Pará cobertos pelo 9º CRS/Sespa, foram 658 os casos confirmados de hepatites.

Ainda de acordo com o relatório, 270 pessoas aparecem na frequência por classificação, em Santarém, com diagnóstico positivo de hepatites. Porém, desse total, 52 não são residentes em Santarém. A explicação é que, como Santarém é um município de referência no atendimento em saúde, na região oeste do Pará, muitas cidades vizinhas mandam pacientes sintomáticos para cá, e como o exame é realizado pelo município, o número de casos confirmados acaba sendo computado para Santarém. Mas, dos 270 positivos, apenas 218 são pacientes residentes em Santarém.

Em todo o estado do Pará, em 2015, foram confirmados 439 casos do tipo A, 390 do tipo B e 203 do tipo C, o que tem feito a Sespa investir nas ações de prevenção às hepatites e de incentivo ao diagnóstico precoce.

Recentemente, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) participou das gravações do documentário sobre o novo tratamento produzido pelo Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/ Aids) e Hepatites Virais do Ministério da Saúde. As filmagens ocorreram entre os dias 25 e 27 de abril, em Abaetetuba, no Baixo Tocantins. O Pará é o único Estado da região Norte a participar do filme, que será lançado no Aids2016 – Conferência Internacional sobre HIV/ Aids, em julho deste ano, na África do Sul.

Segundo informações de Cisalpina Cantão, coordenadora estadual de Hepatites Virais, atualmente, cerca 400 pessoas fazem tratamento no Pará.

As hepatites se caracterizam por uma inflamação no fígado e podem ser causadas por álcool, medicamentos e vírus, por exemplo. Porém, elas são doenças silenciosas e 90% dos casos não dão sintomas - apenas 10% dão sinais, como urina escura e pele amarela, por exemplo e, em algumas situações, inclusive, sinais semelhantes aos de uma gripe.

De olho na prevenção

No caso da hepatite A, o vírus é transmitido pelo contato da mão suja de fezes com a boca ou por meio de água, alimentos e objetos contaminados por fezes. Porém, a maior parte dos casos não causa uma doença crônica no fígado. Mesmo assim, é importante se proteger e, segundo os médicos, uma das formas é manter as mãos sempre limpas e bem higienizadas. Há ainda a vacina para hepatite A, mas ela só está disponível no Sistema Único de Saúde para populações vulneráveis.

Já o vírus da hepatite B pode ser transmitido através do sangue contaminado e também pelo sexo, por isso a importância de usar camisinha sempre durante as relações sexuais. Esse tipo de hepatite não tem cura e, por isso, outra medida de prevenção extremamente importante é a vacina, disponível na rede pública para crianças, jovens e adultos até 49 anos – nesse caso, a vacina protege também contra a hepatite D já que para tê-la, o paciente precisa ter também a B.

O contato com sangue contaminado também pode transmitir a hepatite C, porém nesse caso, o risco de transmissão pelo sexo só ocorre se houver sangramento durante a relação.

Segundo os médicos, quem é infectado pelo vírus C pode desenvolver a forma crônica da doença ou não, tendo apenas que conviver com ele. Além dos danos ao fígado, como cirrose, câncer e insuficiência hepática, a hepatite C também pode levar à diabetes, comprometer os rins e nervos e causar artrites em diferentes articulações.

Para evitar o vírus C, é importante tomar cuidado ainda com o compartilhamento de objetos, como alicates, por exemplo, que devem ser sempre esterilizados. A hepatite D também é transmitida pelo sangue e, da mesma maneira que os vírus B e C, exige cuidado com o compartilhamento de objetos, como escovas de dentes, seringas, depiladores e barbeadores portáteis.

Além disso, para quem quer fazer tatuagem, é preciso se certificar de que o profissional respeite todas as normas de segurança.

Já a hepatite E é transmitida da mesma maneira que a hepatite A: através da mão, água ou alimentos contaminados por fezes. De maneira geral, esses dois tipos da doença evoluem bem de forma espontânea e têm cura, porém é melhor se prevenir lavando bem a comida com hipoclorito de sódio.

Como na maioria dos casos, essas doenças não dão sintomas, existe um teste disponível no Sistema Único de Saúde que pode ajudar a diagnosticá-las. Porém, não é necessário que todas as pessoas façam, apenas os mais vulneráveis, ou seja, que fizeram transfusões antes de 1993 (quando não havia conhecimento do vírus), usuários de drogas, tatuados ou com piercing ou que fizeram sexo desprotegido.




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