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Mineradoras garantem que rompimento de barragens de rejeitos em Mariana não se repetirá no Oeste do Pará

Miguel Oliveira, Editor de OEstadoNet - 16/11/2015

Créditos: Exploração de bauxita no platô Saracá, em Porto Trombetas(Oriximiná-Pará), feita pela Mineração Rio do Norte. Google Maps

O Departamento Nacional de Produção Mineral(DNPM) ainda não se pronunciou oficialmente sobre os níveis de segurança em que se encontram as barragens de rejeitos instaladas por empresas mineradoras no estado do Pará. Outro órgão fiscalizador, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade(Semas) não divulgou um levantamento completo das lagoas existentes e os prazos de validade das licenças ambientais emitidas às mineradoras.

Na região Oeste do Pará, local de exploração intensiva de bauxita, as duas principais mineradoras – Alcoa e Mineração Rio do Norte(MRN) afirmam, através de notas enviadas ao Portal O EstadoNet, que suas lagoas de rejeitos, instaladas em Juruti e Oriximiná, respectivamente, operam de acordo com as normas de segurança exigidas pelos órgãos licenciadores e fiscalizados.

No sul do Pará, segundo o jornalista Carlos Mendes, editor do blog Ver-o-Fato, a Vale mantém em operação barragens localizadas os municípios de Canaã dos Carajás, Marabá, Parauapebas, Ourilândia e São Félix do Xingu,

JURUTI E ORIXIMINÁ

“A Alcoa segue todas as normas nacionais e internacionais para a construção, operação e monitoramento das quatro lagoas de rejeitos, localizadas em Juruti, município do oeste paraense onde possui operações de bauxita. São três lagoas de disposição e uma de espessamento, classificadas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) na categoria de baixo risco”, diz a nota emitida pela Alcoa.

Segundo a empresa, “todas as lagoas estão com sua declaração de estabilidade em dia, assim como a licença de operação, que vem sendo renovada normalmente pela autoridade ambiental e é válida até 2017, estando apta a renovações. O Plano de Segurança de Barragens (PSB) contempla todas elas. Além disso, todos os reportes aos órgãos competentes (Semas, DNPM, ANA, MME) são feitos regularmente.”

A Mineração Rio do Norte, através de sua assessoria de imprensa, esclareceu ao Portal O EstadoNet, que o reservatório de rejeitos da empresa está localizado no platô Saracá, no município de Oriximiná, e tem licença para operar, conforme autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), até 22 de setembro de 2022.

A empresa, segundo nota, aproveita a oportunidade para esclarecer quaisquer outras dúvidas envolvendo seu sistema de rejeitos:

“ A  metodologia de disposição de rejeitos da empresa é diferente  das utilizadas nas barragens das minerações que extraem minério de ferro na região de Mariana, que tem relevo acentuado. No caso das barragens da MRN, elas são construídas em terrenos de topografia pouco acentuada. O sistema de tratamento de rejeitos é feito em reservatórios construídos nas áreas mineradas, onde o rejeito é adensado (compactado). Portanto, não há riscos de o incidente de Mariana (MG) se repetir nas operações da MRN, no Pará. Essa metodologia utilizada pela MRN recupera a água do adensamento no tanque e retorna para as instalações de lavagem do minério em circuito fechado, o que garante mais segurança à barragem.

 - Depois de um tempo, ocorre a sedimentação da argila no reservatório e esse rejeito é dragado e bombeado para outro local já minerado, é disposto em finas camadas após a secagem da camada anterior, e ali, permanece, definitivamente, de forma que a água residual vai sendo eliminada, até que haja condições para que se execute o plantio de espécies nativas sobre o reservatório;

- O rejeito proveniente da lavagem da bauxita é somente argila, sem qualquer aditivo químico”.




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