Classe média eletrocutada
Pessoa física ou jurídica que tem sua própria central de energia fotovoltaica, fornecida pelo sol, tem desconto médio de 370 reais na sua conta de todo mês. São 3 milhões os beneficiados. O custo do subsídio é de R$ 13 bilhões ao ano. Já os 13 milhões de brasileiros de baixa renda, inscritos no cadastro único do governo federal, recebem desconto de R$ 27 ao mês. Essa tarifa social custa R$ 5,6 bilhões.
O cada vez mais desesperado cidadão que não dispõe de nenhum dos benefícios pagam uma tarifa de energia que em 10 anos (2013-2002) aumentou 38% acima da inflação no período. Integrante da classe média, acochada nas tuas extremidades, é quem paga os subsídios, criados e mantidos pelo parlamento, em associação (digamos assim) com o poder central, subsidiados pelo tesouro nacional para sair à cata do eleitor, levando-lhe presentes que outros é que pagam – além do pato, é claro.
(A partir de dados citados por Jeferson Kelman e Ângela Gomes, em artigo na Folha de S. Paulo de hoje.)
