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Quatro municípios do Pará estão no topo da emissão de gases-estufa no Brasil

Portal OESTADONET - 14/06/2022

Vista aérea da aldeia na Terra Indígena Cachoeira Seca, uma das mais desmatadas do país, em Altamira (PA) - Créditos: Lalo de Almeida - 16.mar.22 Folhapress.jpg

Dados provenientes da segunda edição do Seeg Municípios (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa), de 2019, aponta que dos dez municípios com mais emissão de gases-estufa no país, oito estão na Amazônia e quatro no estado do Pará. As informações foram publicadas pela Folha de São Paulo, com base em um projeto do Observatório do Clima, lançada na manhã desta segunda-feira (13).

 

O ranking de 2019 é liderado por Altamira  e São Félix do Xingu (PA), Porto Velho (RO), Lábrea (AM), São Paulo (SP), Pacajá (PA), Novo Progresso (PA), Rio de Janeiro (RJ), Colniza (MT)  e Apuí (AM).

 

 

Na Amazônia, graças ao desmatamento, muitos municípios têm emissões per capita (ou seja, o total de emissões divididas por cada pessoa que ali habita) superiores às de países expressivos no mercado de combustíveis fósseis —cuja queima é o fator central para as mudanças climáticas.

 

União do Sul, no Mato Grosso, e seus 3.760 habitantes lideram o ranking de emissões per capita, com 1.831 toneladas de CO2e para cada pessoa da cidade. No município, as emissões são predominantemente relativas a desmate e agronegócio. Outros lugares conhecidos pela derrubada de Amazônia também despontam com níveis altos de emissões per capita, como Jacareacanga (690 toneladas de CO2e) e Novo Progresso (580 toneladas de CO2e).

 

Altamira tomou o lugar de São Félix do Xingu, no Pará, líder de emissões de 2018 e que, no ano seguinte, ficou em segundo no ranking nacional de gases-estufa. São Paulo ocupa só a quinta colocação, e o Rio de Janeiro, a oitava.

 

No top 10 de emissores no país, somente São Paulo e Rio de Janeiro estão fora da Amazônia. E a explicação para isso é a principal fonte de emissões no Brasil: mudança de uso do solo, que, nesse caso, pode ser traduzido como desmatamento.

 

Altamira, em 2019, foi a cidade com o maior nível de desmatamento na Amazônia. Em segundo lugar no ranking de desmate aparece São Félix do Xingu, que, além da derrubada de mata, possui o maior rebanho bovino do Brasil, com mais de 2,3 milhões de cabeças de gado —o processo de digestão do boi emite gases-estufa; dessa forma, locais com grandes rebanhos costumam ter grandes emissões.




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