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Opinião: Guerra ao garimpo ilegal

Lúcio Flávio Pinto - 28/04/2022

Estive pessoalmente em vários garimpos espalhados pela Amazônia. Várias vezes no maior e mais famoso deles, o de Serra Pelada, incluindo seus satélites na província mineral de Carajás. Nada parecido aos que se instalaram ilegalmente nas áreas yanonami, em Roraima. A brutalidade característica desse tipo de trabalho alcançou as profundezas da maldade. O estupro e morte de uma criança e o provável assassinato de outra criança, atirada ao rio, devem servir de marco do fim de qualquer forma de compreensão e tolerância.

 

Esses garimpeiros, mesmo que alguns deles disso não tenham consciência, se tornaram extensão de organizações criminosas, como o PCC paulista, poderosas e selvagens. O garimpo deixou de ser, bem ou mal, uma simples unidade de produção de ouro (e diamante) e um centro de consumo de drogas. Virou um anexo de autênticas empresas do crime, que assaltam e matam nas cidades e nas frentes pioneiras. Instalaram um autêntico front de guerra nos garimpos, que lhes fornecem bens de alto valor e de difícil rastreamento e ainda possibilitam a lavagem de dinheiro.

 

Se a guerra se instalou em áreas sob a tutela da União, na forma de terras indígenas ou unidades de conservação da natureza, o governo federal tem que combater esses criminosos adotando-lhes o mesmo método. Guerra é guerra. Por infelicidade geral, quem comanda o governo central não só é omisso como é o responsável, em última instância, pelo clima bélico e belicoso dos garimpos. É Jair Bolsonaro, o pior presidente em todos os tempos da república brasileira.

 

Cabe então ao Ministério Público Federal, titular da ação penal pública e fiscal da lei, responder à altura da tragédia que se expande aos nossos olhos: convocar as forças armadas para uma operação conjunta (de guerra) que feche todos os garimpos ilegais em atividade na Amazônia, começando por Roraima. Empregando tropas, armas e logística capazes de intimidar quem quiser resistir e, se resistir de fato, sofrer as consequências, conforme as leis de guerra.

 

Exército, Marinha e Aeronáutica fariam uso dos seus próprios meios combinados (por ar, água e terra) para expulsar todos aqueles que dilapidam o patrimônio público e praticam violências contra os índios e os demais nativos da região. Instalações encontradas nesses locais seriam destruídas e as pessoas encontradas ali presas e imediatamente submetidas a processos pelos representantes da lei.

 

Mas tem que ser já. A Amazônia agradeceria.




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