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Brasileiro é premiado no World Press Photo 2022 com série retratando ameaças à Amazônia 

Media Talks - 25/03/2022

Créditos: Lalo de Almeida-FSP

Londres – Um conjunto de fotografias em preto e branco retratando os dramas ambientais e sociais na Amazônia, de autoria do fotógrafo brasileiro Lalo de Almeida,  foi escolhido o melhor da América do Sul na categoria projetos de longo prazo do concurso World Press Photo Contest, e vai concorrer ao prêmio global com trabalhos produzidos em outras cinco regiões do mundo.

 

O ensaio fotográfico ‘Distopia Amazônica’, feito para a Folha de S. Paulo, mostra como o desmatamento, a mineração, o desenvolvimento de infraestrutura e a exploração de recursos naturais ameaçam a floresta e quem vive nela. 

 

Os jurados da 65ª edição do prêmio escolheram os vencedores regionais entre quase 65 mil trabalhos enviados por mais de quatro mil profissionais de 130 países.

 

Lalo de Almeida já venceu o concurso de fotografia World Press Photo Awards duas vezes. Em 2021 ele ganhou na categoria Série Meio Ambiente com uma foto dos incêndios no Pantanal e em 2017  na categoria Questões Contemporâneas.

 

Desta vez ele voltou suas lentes para a devastação da Amazônia brasileira, que está em seu ritmo mais rápido em uma década, reunindo no ensaio premiado imagens produzidas ao longo de quase uma década. 

 

As cenas revelam o impacto social da exploração da região, principalmente sobre as comunidades indígenas que são obrigadas a lidar com a degradação do meio ambiente.

 

O fotógrafo vai disputar o prêmio final na categoria Projetos de Longo Prazo com séries da África, Ásia, Europa, Oceania e Américas (Norte e Central), abordando temas como roubo e ameaça de extinção de animais, a origem da guerra na Ucrânia, a era Trump e incêndios na Indonésia.

 

Conheça a série premiada no World Press Photo e o relato de Lalo de Almeida sobre cada cena 

 

 

“Membros da comunidade Munduruku fazem fila para embarcar em avião no Aeroporto de Altamira. Após protestar no local da construção da barragem de Belo Monte, no rio Xingu, eles viajaram para Brasília a fim de apresentar suas demandas ao governo.
A comunidade Munduruku habita as margens de outro afluente do Amazonas, o rio Tapajós, a várias centenas de quilômetros de distância, onde o governo tem planos de construir mais projetos hidrelétricos.
Apesar da pressão de indígenas, ambientalistas e organizações não governamentais, o projeto de Belo Monte foi construído e concluído em 2019.”

 

 

“Menino descansa em tronco de árvore morta no Rio Xingu em Paratizão, comunidade localizada próxima à hidrelétrica de Belo Monte.. Ele é cercado por manchas de árvores mortas, formadas após a inundação do reservatório.”

Pará, Brasil, em 28 de agosto de 2018.

 

 

“Vira-latas observam carne pendurada em um açougue na Vila da Ressaca, uma área anteriormente explorada por ouro, mas agora quase completamente abandonada, em Altamira, Pará, Brasil, em 2 de setembro de 2013.”

 

 

“Um outdoor com uma mensagem de apoio ao presidente Bolsonaro ao lado da Rodovia Transamazônica. Foi financiado por agricultores locais.”
Altamira, Pará, Brasil, em 20 de julho de 2020.

 

 

“O desmatamento maciço é evidente em Apuí, município ao longo da Rodovia Transamazônica, sul da Amazônia. O local é um dos municípios mais desmatados da região.”
Brasil, em 24 de agosto de 2020.

 

 

“Uma comunidade afro-brasileira composta por negros brasileiros, alguns dos quais descendentes de povos escravizados do continente africano – está desmaiado bêbado em um banco, em Pedras Negras, São Francisco do Guaporé.
O processo de concessão de títulos de terra para comunidades iniciado por ex-escravizados já era lento antes da eleição de Jair Bolsonaro. Agora parou completamente, como resultado da decisão do presidente de não demarcar mais terras para essas comunidades quilombolas na Amazônia. “
Rondônia, Brasil, em 29 de janeiro de 2021

 




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