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Paraense que dirigia Agência Nacional de Mineração deixa cargo alegando ameaças e retaliações
Eduardo Araújo Leão -
Créditos: Foto: Geraldo Magela / Agência Senado.
Pela primeira vez o dirigente do principal órgão de mineração do governo federal diz que renunciou ao cargo, no mês passado, por causa das ameaças que recebeu - pessoalmente e à sua família - de mineradores ilegais, como reação à fiscalização e repressão às atividades ilegais pela Agência Nacional de Mineração.
Foi o que Eduardo Leão anunciou, em entrevista nesta semana a O Liberal. Ele dirigia a ANM desde novembro de 2018. Decidiu renunciar diante do crescimento das ameaças e pela fragilidade da agência. Ela só dispõe de 750 técnicos, 40% dos quais deverão se aposentar até 2022. Do orçamento previsto para 2020, de 300 milhões de reais, não recebeu nem uma quinta parte. Tramitam na agência 200 mil processos; 70 mil nunca foram analisados, "ou precisam de mais atenção", segundo o ex-diretor.
Nada é dito sobre a origem das ameaças e o seu conteúdo. Provavelmente vem da garimpagem ilegal, não só mais exclusivamente de ouro, como acontecia, mas de outros minérios, como o manganês. A pirataria na mineração na Amazônia tem crescido muito ao longo do governo Bolsonaro. Os servidores públicos do setor não têm segurança para cumprir a sua principal tarefa: impor o respeito às leis.