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Pandemia sem controle no Brasil
O Brasil tem um plano nacional de imunização ao coronavírus, mas é como se não tivesse. Veio muito tarde. A partir do início rebeldemente pioneiro em São Paulo, que rompeu a tutela do retardado (em todos os sentidos) ministério da Saúde, governadores e prefeitos correram atrás do tempo perdido. Por quererem genuinamente salvar seu povo, e atender seus eleitores, clientes, amigos e parentes,, ou para não ficarem caudatários das intenções do governador paulista (e tucano) João Doria, de ser eleito presidente da república no próximo ano, empunhando o estandarte de herói da pandemia.
Ninguém mais ligou para o plano. Rio de Janeiro e Pernambuco são os maiores exemplos de reelaboração das normas federais para a vacinação, estabelecendo prioridades mais amplas para o grupo inicial de imunização (no Rio, todos os médicos, não apenas os especificamente vinculados à covid-19), O resultado dessas corridas isoladas e cada vez mais numerosas é ter tornado impossível um planejamento centralizado, hierárquico, em condições de ajustar a vacinação à disponibilidade efetiva das vacinas em estoque e à projeção realista do suprimento. E ter uma base segura para a 2ª dose. O caos se estabeleceu e dificilmente será eliminado.
O Brasil, campeão em vacinação e em política sanitária pública, através do SUS, perdeu a sua principal arma: a barreira epidemiológica. Justamente quando enfrenta o pior vírus de todos os tempos, essa cortina de informações se rompeu. Ficou cheia de buracos, de vazamentos.
Não por acaso, a tragédia se instalou sob o império dos Bolsonaro, inimigos da saúde pública.