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Editorial: Nota que pede reabertura de shoppings centers de Santarém deve ser repudiada

Portal OESTADONET - 25/01/2021

Este Portal OESTADONET vem realizando a cobertura da pandemia de Covid-19 há vários meses. E já contabiliza  um quadro de tragédia que se assemelha a rescaldo, ainda inconcluso, a de guerras civis e entre nações.

 

Por isso, ao tornar conhecimento do teor de nota que está publicada nesta página, emitida pela direção de shoppings centers e entidade de lojistas, repudiando as medidas de isolamento social previstas em decreto estadual de clasificação de zonas de risco para a Covid-19, adotadas tanto pelo Governo do Estado quanto pela Prefeitura de Santarém, dentre as quais se inclui o fechamento das lojas, o Portal  OESTADONET jamais poderia concordar com tal postura, que considera inadequada diante dos esforços dos órgãos de saúde que combatem à pandemia. 

 

A nota de repúdio é que deve ser repudiada.

 

Repudiada porque considera, em primeiro lugar, o faturamento das lojas. Mesmo que se alegue que as medidas podem provocar demissões de empregados.

 

Repudiada porque escamoteia que as atividades ofertadas pelos shoppings, salvo raras exceções, não se enquadram em atividades essenciais.

 

Repudiada porque, ao mesmo tempo em que tais medidas restritivas atingem de igual maneira outros segmentos econômicos e até o comércio informal, não podem as lojas de shoppings gozar de privilégios. O sacrifício têm que ser de todos.

 

Há que se considerar, também, para o acerto das medidas previstas em decretos, a vigência de toque de recolher, a redução de transporte coletivo que muitos dos empregados dos shoppings centers teriam que utilizar para ir e voltar do trabalho, já que nem todos possuem veículos próprios, e até mesmo o contato físico que estes trabalhadores teriam entre si e no atendimento ao público, mesmo com o uso de máscaras. A Covid-19 afeta a todos, empresários, trabalhadores e consumidores.

 

O Portal OESTADONET lamenta que empreendimentos do porte de shoppings centers, ao emitir tal nota de repúdio, abram mão da defesa da vida e se aliem a uma corrente negacionista que está na contramão dos esforços para conter essa grave crise sanitária, com crescente número de infectados, mortes e taxas de ocupação de leitos.

 

A economia se recupera, mas para isso é preciso que haja vidas dos dois lados do balcão.

 

Leia a nota na íntegra:

 

O Paraíso Shopping Center, Rio Tapajós Shopping e lojistas/empreendedores que destes fazem parte, sabedores da relevância e magnitude do que representa os shoppings na cidade de Santarém e região do Oeste do Pará, disponibilizando mais de 10.000 empregos na cidade, assim como fomentando o desenvolvimento, o turismo e a economia de modo geral, repudiam o novo Decreto Municipal N° 296/2021, que determinou novamente o fechamento destes centros comerciais tão importantes para o crescimento de nossa cidade. A decisão agravará ainda mais a situação dos shoppings, que tentam com muita dificuldade atenuar os prejuízos da primeira fase de restrição. 

Respeitamos à alegação de que tal medida estaria contendo o avanço do contágio do COVID-19, porém alertamos para o fato de que esta medida não é cabível, já que presenciamos a falta de cumprimento das determinações de prevenção (uso de máscara, higienização do álcool em gel, distanciamento entre outros), por grande parte da população, principalmente pela pouca fiscalização em locais como filas de bancos, dentre diversos outros. Situação essa que é possível presenciar a todo momento indivíduos circulando e se aglomerando indiscriminadamente, inclusive idosos, considerados da faixa de risco. Enfim, o que se pode afirmar é que os shoppings estão cumprindo as determinações, o que faz a atual medida de fechamento não ser em nada funcional, comprometendo a segurança social em relação aos empregos e a capacidade econômica, pois tal medida causará o fechamento de muitas lojas e por consequência inúmeras demissões. Sem falar que a realidade dos shoppingscenters de Santarém não pode ser comparada em nada aos dos grandes centros, uma vez que não há grandes aglomerações. Dessa forma, possibilita o total controle do fluxo, o que garante o cumprimento de todas as medidas necessárias de combate a disseminação do COVID-19.

Entendemos que é fundamental o cumprimento das regras de controle sanitário e a preservação da vida, mas lamentamos profundamente a tomada de decisão sem a apresentação de alternativas para que a cadeia produtiva tenha oportunidade de continuar. Saúde e preservação da vida são prioritários, mas precisam estar alinhados com a manutenção dos empregos e com a recuperação da economia. 

É de conhecimento de todos que os shoppings são ambientes em que as pessoas circulam de forma organizada, espaçada, com grande amplitude de horário. Além disso, há controle de fluxo, higienização e limpeza constantes, o que torna os shoppings ambientes seguros e que auxiliam na divulgação de campanhas relacionadas à saúde pública.

Ressaltamos que as restrições em relação aos shoppings prejudicam toda a economia da cidade, sendo que estes poderiam funcionar com as mesmas recomendações impostas aos estabelecimentos considerados essenciais e o comércio central local que permanecem abertos com redução no horário de funcionamento. Sendo que, muito deles sem controle de acesso de pessoas, medidas de higienização nas entradas, entre outras medidas estabelecidas no último decreto. Por outro lado, vale enfatizar que tais medidas já vêm sendo realizadas continuamente nos shoppings desde o momento do surgimento da pandemia, seguindo todas as recomendações da Organização Mundial de Saúde- OMS, Vigilância Sanitária, Ministério Público, Comitê de Crise e Governos Federal, Estadual e Municipal.

Esperamos com urgência que o Poder Executivo, principalmente o Municipal, reveja seus atos o mais rápido possível, adotando ações e medidas equilibradas e cabíveis a nossa realidade, pois estamos todos no mesmo barco, e queremos com vigor combater o COVID-19. Porém apoiamos ações de coragem e não de pânico, e que venham de encontro tanto com a saúde das pessoas quanto em socorro às lojas e seguimentos não essenciais, assim como os empregos por estes gerados, pois também são essenciais, uma vez que todos têm família que precisam proteger e sustentar.

Sem mais, aproveitamos para reiterar que o Paraíso Shopping Center e o Rio Tapajós Shopping se solidarizam com todas as famílias que foram vítimas da COVID-19.

Paraíso Shopping Center                                  

Rio Tapajós Shopping

Lojistas/Empreendedores




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