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O abalo ao Facebook

Lúcio Flávio Pinto - 29/06/2020

Julho pode vir a ser o mês mais importante na reação que a sociedade está iniciando contra o poder plenipotenciário das empresas que controlam a mídia social no mundo. Mais de 180 empresas suspenderão a publicidade que veiculavam no Facebook até que a mina de ouro digital de Mark Zuckerberg modifique seu padrão de atuação.

 

O efeito do simples anúncio da iniciativa causou ao Facebook prejuízo de 74,6 bilhões de dólares com a queda do valor das suas ações no índice Nasdaq nos Estados Unidos. O boicote, sob o título de “pare de dar lucro ao ódio”, é promovido por pequenas e médias companhias, mas teve a adesão de gigantes como Coca-Cola, Pepsi, Starbucks e Honda. Imediatamente Zuckerberger reagiu, anunciando que endurecerá o combate ao discurso de ódio em publicidades veiculadas na plataforma. Mas perdeu o poder decisório exclusivo.

 

Os integrantes do movimento se queixam especialmente da deficiência das redes sociais em impedir a disseminação de informações erradas e o discurso de ódio em seus espaços, alimentando o racismo e a violência e criando uma ameaça potencial à democracia.

 

Criticam também o uso dos dados dos usuários de forma errada, a falta de privacidade em seus aplicativos e a inexistência de medidas de proteção ao público, aceitando difundir uma retórica violenta.

 

Certamente p desencadeamento da campanha não significa necessariamente que ela esteja certa, mas pelo menos elimina a aceitação pacífica do comando das empresas da internet, que acumulam fortunas espantosas à base da passividade da clientela – e do mundo mesmo.




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