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O perigo mora no Palácio do Planalto

Lúcio Flávio Pinto - 25/03/2020

Terça-feira à noite um gênio do mal (talvez um desequilibrado, quem sabe um louco) se apresentou ao mundo: Jair Messias Bolsonaro, capitão da reserva do Exército, ex-vereador, ex-deputado federal e, agora, por infelicidade, particularmente neste momento tão grave para a humanidade, presidente do Brasil.

Milhões de brasileiros - e muitos outros cidadãos espalhados pelo planeta - ainda devem estar aturdidos e chocados pelo pronunciamento que Bolsonaro fez. A sensação que deve ter ficado qualquer pessoa minimamente sensata e informado é de que Bolsonaro perdeu contato com a realidade. Vive num mundo insano, que o seu despreparo e sua doença criaram.

Um mundo no qual ele pode fazer gracinha, sustentando que, por ter sido atleta, como paraquedista, tirará de letra o covid-19 se ele o acometer. De vírus que pode levar a uma morte sofrida, com bloqueio da respiração no agravamento de uma pneumonia, o novo coronavírus será uma gripezinha, um resfriadinho no corpo de Bolsonaro.

Ele garante que só idosos morrerão, que os jovens são imunes ao vírus, que 90% da população pode - e deve - ir às ruas porque nada sofrerá, que a pandemia é uma criação da mídia, "daquela televisão", cujo nome ele se permite nem mais citar; todos já sabem, tão massiva tem sido a repetição: é a Globo.

A emissora brasileira é tão poderosa que espalhou o pânico por todo planeta, inflamando o desespero em pelo menos dois bilhões de terráqueos e em países como a Inglaterra, a França, a Itália, a China, o Japão (obrigado a cancelar os jogos olímpicos) e mesmo os Estados Unidos, já visto como o novo epicentro da pandemia, que pretende usar quase 2 trilhões de dólares (10 trilhões de reais) para enfrentar essa guerra.

Houve um momento em que a figura esquizóide de Bolsonaro me lembrou o Dr. Strangelove, criação imortal de Stanley Kubrick para personificar a guerra fria de depois da Segunda Guerra Mundial, que monta num míssil como um caubói e se projeta no espaço bélico. A diferença é que Jair Messias Bolsonaro não é celuloide nem ficção.

Por isso mesmo, é preciso tirar esse maluco do Palácio do Planalto antes que ele, sem conseguir destruir o Brasil, muito maior do que ele, jogue o país no poço sem fundo que ele parece estar cavando com sua demência, na busca por uma arma que poderia explicar esse surto: o estado de sítio e, através dele, a uma volta aos anos de chumbo.

Unidos, conscientes, decididos e pacientes, os brasileiros não ouvirão o canto dessa sereia nefasta. Irão em frente e para o alto, atirando Bolsonaro no lugar que lhe cabe: a lata de lixo da história.




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