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Papa Francisco recua sobre ordenação de homens casados como padres na Amazônia
O papa Francisco recuou na manhã desta quarta-feira, 12, sobre a decisão de pôr fim à necessidade do celibato para futuros padres na Amazônia. A hipótese foi levantada durante o sínodo da Amazônia, quando o pontífice cogitou permitir, em casos específicos e de acordo com a necessidade, que homens casados representassem a Igreja Católica em comunidades afastadas.
De acordo com o Washington Post, Francisco se recusou a voltar no tema, mesmo após a recomendação positiva de bispos para que homens casados pudessem ser ordenados padres. A ideia seria uma estratégia para expandir a presença católica na região amazônica.
Em documento divulgado nesta manhã, o pontífice caracteriza como “desigual” a presença de padres na área, reforça a importância de preservação do meio ambiente e pede aos bispos da América Latina para “promoverem a oração” por mais vocações e aos missionários para irem à Amazônia.
Durante os Sínodos, “o papa ouve mais do que fala”, explicou o bispo d. Odilo P. Scherer, em artigo escrito para o Estado. O evento, na verdade, serve para que o Vaticano possa ouvir a opinião dos fiéis sobre assuntos específicos, por meio de questionários conduzidos pelos 250 bispos participantes, e tomar decisões a partir desses consensos.
Em 2014 e 2015, o Sínodo teve como tema “Os desafios pastorais no contexto da evangelização”, e abordou temas como divórcio, contracepção e a união entre casais homoafetivos na Igreja. Em 2018, os cardeais discutiram “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional” e no ano passado, “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.
O objetivo de um Sínodo é discutir como a Igreja Católica pode intervir em determinados conflitos, assim como adequar suas diretrizes em lugares onde haja dificuldade de converter novos fiéis e disseminar os ideais católicos.
A palavra "sínodo" vem de duas palavras gregas: "syn", que significa "juntos", e "hodos', que significa "estrada ou caminho'. O sínodo tem caráter consultivo. Após o Sínodo, o papa emite um documento chamado "exortação apostólica", no qual resume e aprova as principais conclusões dos bispos durante as reuniões. O Sínodo da Amazônia foi o quarto do pontificado de Francisco.