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Facepa, uma das poucas indústrias paraenses, chega ao fim

Lúcio Flávio Pinto - 06/04/2019

Em 2018 a Fábrica de Papel e Celulose da Amazônia chegaria a uma idade rara entre as indústrias da Amazônia: 60 anos, sempre sob o controle de Antônio Farah, um empresário paraense. Essa história rara mudou exatamente na véspera de se completar. A Suzano comprou a Facepa. Em dezembro de 2017, a empresa - a segunda do país na produção de papel e celulose - pagou 310 milhões de reais pelas duas fábricas da Facepa, a matriz, em Belém, e a filial de Fortaleza, no Ceará.

 

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Três meses antes a Suzano investiu R$ 540 milhões em uma fábrica em Mucuri, na Bahia, e em Imperatriz, no Maranhão. Completava sua estratégia de entrar no mercado de varejo de papéis sanitários (papel higiênico, toalhas, guardanapos, lenços e fraldas descartáveis) e avançar sobre a região Nordeste, ainda com baixo consumo desses produtos, no qual a Facepa detinha 15%.

 

A partir daí começou o que já era previsto: o desmonte de mais uma empresa paraense. No último dia 4, foram demitidos 130 funcionários, que se juntaram aos mais de 60 do ano passado. Até o final deste mês deverão ser mais 100, em processo rápido, conduzido por um escritório de relações humanas para realizar as homologações, conforme as normas da recente reforma trabalhista.

 

As fábricas na Bahia e no Maranhão ocuparão o vácuo que a desativação da Facepa criará. Ambas são novas, enquanto as máquinas operadas pela Facepa são antigas, com idades entre 28 e até 50 anos o município de Imperatriz. Em conjunto, elas produzem 120 mil toneladas contra as 40 mil da Facepa.  Para ser competitiva, a unidade paraense exigiria novos investimentos, mas o interesse da Suzano eram as marcas, com grande aceitação no mercado Norte/Nordeste.

 

A Suzano anuncia mais um investimento, para ampliar, em São Paulo, a sua produção de papel e celulose, consolidando a sua posição de segunda do ranking brasileiro. Por aqui, mais uma das poucas indústrias paraenses chega ao fim.





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