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Itaituba era conexão de empresas de Rondônia que lavavam dinheiro do tráfico de drogas

Lúcio Flávio Pinto - 16/03/2019

Itaituba era uma das conexões de uma rede de oito empresas de Rondônia que ocultavam recursos gerados pelo tráfico de drogas. Elas atuavam também em Cuiabá, no Mato Grosso.

 

Segundo a Polícia Federal, em operação executada ontem cumpriu 72 mandados de busca e apreensão, prendendo quatro pessoas, a organização movimentou aproximadamente 2 bilhões de reais entre 2009 e 2016, com mercadorias irregularmente transacionadas entre o Brasil e a Bolívia, deixando de recolher R$ 300 milhões em tributos federais. São investigados os crimes de lavagem de dinheiro, evasão de divisas oriundas do tráfico internacional de drogas e sonegação fiscal.

 

Só de um dos presos, Mário Português da Coimbra, a PF confiscou bens em valor superior a R$ 70 milhões e dinheiro vivo.

 

Durante 10 anos, traficantes do Pará e do Nordeste enviaram centenas de milhões de reais para contas de pequenas empresas físicas em Rondônia, as chamadas "contas de passagem". Depois de receberem os valores, intermediários faziam depósitos sucessivos nas grandes empresas distribuidoras em Rondônia.

 

 Estas empresas recebiam os recursos e emitiam as autorizações de pagamentos, credenciando o portador a sacar o valor nelas inscrito em algum cambista na cidade boliviana de Guayaramerin. A quadrilha não emitia qualquer nota fiscal para sequer camuflar a licitude.

 

Com o dinheiro sacado junto a cambistas bolivianos, os portadores das autorizações adquiriam drogas na Bolívia. Com elas, abasteciam o tráfico em cidades do Nordeste e do interior do Pará.

 

Além de agirem como verdadeiras instituições financeiras, a PF descobriu que as empresas de grande porte se beneficiavam irregularmente dos benefícios tributários destinados exclusivamente ao livre comércio de Guajará-Mirim, cidade a cerca de 300 quilômetros de Porto Velho. Segundo a PF, os intermediários do grupo criminoso recebiam entre 1% e 5% dos valores recepcionados e encaminhados à Bolívia.

 

Quanto dos R$ 2 bilhões movimentados vieram para o Pará? Qual era o circuito e quem o integrava? Perguntas como essas ainda não têm resposta.




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