Belo Monte causou ‘graves impactos ambientais’ e também ‘prejuízo econômico’, diz procuradora
Créditos: Ex-ministro Antônio Delfim Neto. Foto: Folha Press
A procuradora da República Jerusa Burmann Viecili, da força-tarefa da Operação Lava Jato, do Ministério Público Federal, em Curitiba, aponta que as obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte causaram ‘graves impactos ambientais’ e também ‘prejuízo econômico para a sociedade’. A construção é alvo da Operação Buona Fortuna, 49.ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta sexta-feira, 9. O ex-ministro da Fazenda da ditadura Antonio Delfim Netto e seu sobrinho, o empresário Luiz Appolonio Neto são alvos de mandados de busca e apreensão.
“As provas indicam que o complexo esquema criminoso verificado no âmbito da Petrobras se expandiu pelo país e alcançou também a Eletrobrás, em especial nos negócios relativos à concessão e construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Essa obra, além de ter ocasionado graves impactos sociais e ambientais na região que já haviam sido demonstrados pelo Ministério Público Federal, também redundou em elevados prejuízos econômicos para toda sociedade”, afirma a procuradora.
A Buona Fortuna afirma que Delfim Netto recebeu percentual de propina mediante contratos fictícios de consultoria sobre a construção de Belo Monte.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o objetivo da nova fase é aprofundar as investigações sobre o pagamento de propina nas obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará.
O consórcio Norte Energia teria sido favorecido por agentes do governo federal para vencer o leilão destinado à concessão da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.
Delfim Netto é suspeito de receber vantagens indevidas por sua atuação na estruturação do Consórcio Norte Energia.
As provas, de acordo com o MPF, indicam que o ex-ministro recebeu 10% do percentual pago pelas construtoras a título de vantagens indevidas, enquanto o restante da propina foi dividido entre o PMDB e o PT, no patamar de 45% para cada partido.