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Queda de 50% nas doações de sangue compromete cirurgias

Agência Pará - 13/10/2017

Créditos: Uma bolsa de sangue é fracionada em, no mínimo, quatro hemocomponentes. O grande problema é que a plaqueta, por exemplo, tem validade de cinco dias. Daí a necessidade constante de voluntários doando sangue. Foto: Agência Pará

Belém-A Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) faz um alerta: faltam voluntários para a doação de sangue. Atualmente, o estoque está com uma baixa de 50%. A situação é considerada crítica e já interfere no atendimento transfusional. Em decorrência disso, os hospitais podem priorizar demandas de urgência e emergência, fazendo com que cirurgias eletivas (sem risco de morte) sejam adiadas.

A Fundação Hemopa atende mais de 200 hospitais em todo o Pará. Segundo a gerente de Captação de Doadores, Juciara Farias, a situação é ainda mais crítica quando a necessidade do paciente é por plaquetas. “Estamos com redução no atendimento para os hospitais. Isso significa que quando uma unidade solicita sangue, nós não estamos em condições de atender a demanda na sua integralidade. Quando a solicitação é de hemácias, o atendimento é de 50%; já quando é de plaquetas, esse atendimento cai para 40%”, alerta.

Juciara explica que as plaquetas têm uma validade diferenciada dos outros hemocomponentes derivados do sangue. “Quando um voluntário faz uma doação, a bolsa de sangue é fracionada em, no mínimo, quatro hemocomponentes. Um deles é a plaqueta, usada principalmente por pacientes oncológicos. O grande problema é que a plaqueta tem validade de cinco dias. Daí, a necessidade constante de voluntários doando sangue”, ressalta a gerente.

Por conta da baixa no estoque, instituições estão se mobilizando pela doação de sangue. É o caso do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, que faz cerca de 400 transfusões de sangue por mês. As crianças que fazem radioterapia e quimioterapia têm diminuição das células sanguíneas e, para continuarem o tratamento, necessitam de transfusões de sangue.

Outra situação atinge os demais hospitais: “pela inviabilização de enviar a quantidade total de sangue solicitada, os hospitais acabam priorizando o atendimento de urgência e emergência. Ou seja, aqueles procedimentos hospitalares que precisam de sangue, mas que podem ser agendados, podem ficar comprometidos”, esclarece Juciara.

Para ser um doador de sangue, basta ter entre 16 e 69 anos (menores devem estar acompanhados do responsável), ter mais de 50 kg, estar bem de saúde e portar documento de identificação original e com foto. Os homens podem doar com intervalo de dois meses e as mulheres a cada três meses.




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