Banpará energia solar  julho 2024

HRBA dispensa captação de órgãos por falta de transporte aéreo

Portal OESTADONET - 05/10/2017

Créditos: Captação de órgãos. Imagem ilustrativa.

A jovem Thaila Caroline Gomes, 19 anos, teve morte cerebral, dia 14 de agosto de 2017. Ela estava internada no Hospital Regional do Baixo-Amazonas (HRBA) acometida de um aneurisma cerebral. A família concordou com a doação de todos os órgãos, mas o HRBA só captou rins e córneas, dispensando outros seis porque, apesar de estar credenciado junto ao Ministério da Saúde para esses tipos de procedimentos, a distância dos demais hospitais que realizam transplantes no pais inviabiliza o transporte dos orgãos captados.

Questionada pelo Portal OESTADONET, a direção do HRBA informou que “possui equipe cirúrgica treinada para a captação de todos os órgãos. No entanto, por conta da localização geográfica e da atual disposição da malha aérea, a unidade está captando apenas córneas e rins”.

O HRBA justificou que “a distância de Santarém para os centros transplantadores inviabiliza o transporte de órgãos como por exemplo, o coração e fígado, por conta do tempo necessário para mantê-los em condições de transplante após serem captados”.

Entre as 34.543 pessoas que esperavam um transplante no País em dezembro, 21.264 precisam de rim, 10.293 de córnea, 1.331 de fígado, 539 de pâncreas e rim, 282 de coração, 172 de pulmão e 31 de pâncreas. Em 2016, 2.013 pessoas que estavam na fila por um órgão, morreram. Dessas, 82 eram crianças. No ano passado, as centrais estaduais de transplantes identificaram 10.158 pessoas que tiveram morte encefálica e poderiam ser doadoras. De 5.939 famílias consultadas, 2.571 (ou 43%) não deram a autorização necessária. 

Os dados foram compilados pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), com base nas informações das centrais estaduais de transplantes, e divulgados anteontem pelo Ministério da Saúde. “O índice de recusa é bem alto. A Espanha é país líder em transplante e lá a recusa das famílias é de menos de 20%”, afirma Roberto Manfro, presidente da ABTO. Houve pequeno aumento no número de doadores em relação a 2015 – de 2.854 para 2.981.




  • Imprimir
  • E-mail