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Estudo em fios de cabelo, cordão umbilical e placenta revela nível de mercúrio de acordo com padrões da OMS em cerca de 60% de gestantes atendidas pelo SUS em Santarém

Portal OESTADONET - 27/09/2017

Créditos: C:\Users\Miguel\Pictures\Naelka Ferandes e Mineshi Sakamoto. Foto: Acervo de pesquisa/UFOPA

Um estudo inédito na região Oeste do Pará investigou a presença de mercúrio, metal pesado altamente tóxico, em mulheres grávidas que utilizam o Sistema Único de Saúde no município de Santarém. A pesquisa foi realizada no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Biociências da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e contou com a parceria do Instituto Nacional para a Doença de Minamata do Japão (NIMD), referência mundial em estudos sobre contaminação de mercúrio.

A coleta dos fios de cabelo das gestantes foi realizada nos meses de setembro e outubro de 2016. Na ocasião, as grávidas também responderam a um questionário socioeconômico para saber sobre seus hábitos alimentares, com enfoque para a ingestão de peixes. Durante os partos, foram coletadas 90 matrizes fetais, sendo 45 cordões umbilicais e 45 placentas.

 

De acordo com a pesquisa, todas as gestantes avaliadas apresentaram concentração de mercúrio no cabelo, sendo 63% dentro dos limites estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 1 a 2 microgramas de mercúrio por grama de cabelo. No entanto, 37% das grávidas apresentaram níveis acima do recomendado. "A média que encontramos foi de 1.98 µg/g, aproximada do valor limite. Mas também encontramos valores altos, de 7 a 8 µg/g de mercúrio, em algumas grávidas que consumiam muito peixe em suas dietas", revela Naelka Fernandes.

 

Todo o material coletado foi analisado no Laboratório de Bioprospecção e Biologia Experimental (LabBBex) da Ufopa, que possui parceria com o Instituto Nacional para a Doença de Minamata do Japão (NIMD). Para realizar as análises nas matrizes fetais (cordão umbilical e placenta), Fernandes participou de um treinamento no Japão com o professor Mineshi Sakamoto, um dos diretores do instituto e que realiza pesquisas sobre a presença de mercúrio na Amazônia.

A pesquisa também detectou a presença de mercúrio no material biológico dos recém-nascidos. “O cordão umbilical é um tecido exclusivamente fetal. Então essas mães passaram mercúrio para seus filhos”, conclui Fernandes. O resultado das análises revelou que todos os cordões umbilicais e placentas apresentaram concentração de mercúrio, a maioria dentro dos limites estabelecidos pela OMS.

Leia a matéria completa da jornalista Maria Lúcia Moraes neste link.




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