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Maioria dos estudantes presentes à assembleia era contrária à ocupação da UFOPA

Portal O EstadoNet - 11/11/2016

O auditório do anexo do campus Amazônia ficou lotado no final da manhã desta quinta-feira (10) para a assembleia que discutiria os rumos da ocupação iniciada no último dia 3. Porém, quando a coordenação do movimento “Ocupa Ufopa” percebeu que a grande maioria dos alunos presentes votaria pela desocupação do campus e retomada das atividades acadêmicas, o assunto foi retirado da pauta sob a alegação de que havia muitas pessoas no local que não eram da Ufopa e de que a votação tinha de ser em cédulas.

As discussões se limitaram aos impactos da PEC 55 (PEC 241) que tramita no Senado Federal. Também houve muita agressão verbal por parte dos que defendem à ocupação contra aqueles que lutam pelo retorno das aulas no campus Amazônia.

Em rede social, no grupo Ufopa Livre, foram inúmeras as postagens em favor da desocupação do campus e pelo não cancelamento do calendário acadêmico.

“Gente que fantástico foi ver a maioria discente contra a ocupação, contra a paralisação. Infelizmente não pudemos acabar com tudo isso logo hoje, na Assembleia. Mas mostramos que somos CONTRA e eles sentiram e viram isso. A luta continua!”, escreveu Yuri Matias.

“Ficaram com medo da votação e enrolaram o quanto puderam. Existe uma recomendação da AGU de que reitores devem solicitar de imediato a reintegração de posse, então, isso já deveria ter sido feito. Mas deixemos os próximos capítulos para o MPF decidir isso, pois já existe denúncia quanto a isso”, Adnama Fig.

“O movimento podia ter articulado manifestações em espaços públicos, um abaixo-assinado, enfim, qualquer outra coisa que não prejudicasse o direito que nós estudantes temos de assistir aula. Já estamos com o semestre atrasado. Agora tem até a ameaça de suspensão do calendário acadêmico por causa dessa ocupação. Eu também sou contra a PEC 55, mas eu quero estudar. Essa ocupação já deu”, Danilo Souza.

“O movimento da ocupação quis de todo jeito burlar a votação. Viu que a maioria era contra. Sabia que ia perder. Não imaginaram que ia dar tanta gente na assembleia. Tentaram de todo jeito cooptar os discentes que ocupar era a melhor solução. Até alegaram que eles estavam lutando pelos nossos direitos mais que nós mesmos...Enfim, houve muito desrespeito e muita agressão verbal a quem é a favor do prosseguimento das atividades acadêmicas. Espero que essa votação seja realizada da forma correta e represente de verdade a vontade da comunidade acadêmica, e que essa, seja qual for, seja respeitada”, Emily Matos Gonçalves.

“Essa ocupação só me deu dor de cabeça. Fizeram adiar minhas provas do ENEM para outra data, e a data do concurso da UFOPA foi alterada para o dia do meu ENEM (04/12). PAGO duas provas e no final tenho que escolher qual fazer. Desrespeito!”, Darling Silva.

A minoria que defende a ocupação usa o argumento do corte de gastos do orçamento e o congelamento de gastos com saúde educação para justificar a ocupação do campus.

“Nós nos reunimos para discutir com os acadêmicos e com a sociedade os impactos nefastos da PEC 55 na vida de todos. As pessoas precisam entender o que a proposta dessa PEC significa na prática para engrossar o movimento contra a sua aprovação”, disse o universitário Carlos Fernando.

Após a assembleia que encerrou pela parte da tarde, a coordenação do movimento “Ocupa Ufopa” anunciou que a ocupação vai prosseguir até deliberação do assunto em assembleia marcada para o dia 16. Na mesma data, ocorrerá votação em cédulas, nos três campi sobre a proposta de cancelamento do calendário acadêmico.

“A assembleia para tratar sobre a ocupação do campus Amazônia tem que ser convocada pelos estudantes e a decisão também deve ser dos estudantes. Na assembleia de hoje havia pessoas que não fazem parte da instituição, então, não tinha como votar esse assunto”, disse Everton Noronha, do movimento “Ocupa Ufopa”.




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