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Mais da metade de testes para hepatites dá positivo em Santarém
O relatório de investigação de Hepatites Virais SINAN, do SUS, de 2015, indica que o município de Santarém teve 218 casos confirmados da doença de um total de 400 pacientes notificados. Já nos 16 municípios do oeste do Pará cobertos pelo 9º CRS/Sespa, foram 658 os casos confirmados de hepatites.
Uma simples furadinha pode evitar sofrimento e complicações à saúde de quem está com o vírus da Hepatite e nem desconfia porque em boa parte dos casos, a doença é assintomática. No primeiro semestre deste ano, dos testes rápidos realizados pelo Centro de Testagem e Aconselhamento – CTA/SAE, de Santarém, 48 novos casos da doença foram diagnosticados, sendo 20 de Hepatites B e 28 de Hepatites C.
Dos casos de Hepatites B, 12 são de mulheres e 8, de homens. De Hepatites C, as mulheres também são maioria entre os diagnósticos positivos. São 16 mulheres e 12 homens.
O número de infectados pode ser maior já que algumas unidades de saúde coletam o sangue de pacientes com suspeita de Hepatites e encaminham para os laboratórios conveniados ao SUS e os números entram direto no SINAN.
Ainda de acordo com o relatório, 270 pessoas aparecem na frequência por classificação, em Santarém, com diagnóstico positivo de hepatites. Porém, desse total, 52 não são residentes em Santarém. A explicação é que, como Santarém é um município de referência no atendimento em saúde, na região oeste do Pará, muitas cidades vizinhas mandam pacientes sintomáticos para cá, e como o exame é realizado pelo município, o número de casos confirmados acaba sendo computado para Santarém. Mas, dos 270 positivos, apenas 218 são pacientes residentes em Santarém.
As hepatites se caracterizam por uma inflamação no fígado e podem ser causadas por álcool, medicamentos e vírus, por exemplo. Porém, elas são doenças silenciosas e 90% dos casos não dão sintomas - apenas 10% dão sinais, como urina escura e pele amarela, por exemplo e, em algumas situações, inclusive, os sinais são semelhantes aos de uma gripe.
Prevenção
Há cinco tipos de hepatites: A, B, C, D e E. No caso da hepatite A, o vírus é transmitido pelo contato da mão suja de fezes com a boca ou por meio de água, alimentos e objetos contaminados por fezes. Porém, a maior parte dos casos não causa uma doença crônica no fígado. Mesmo assim, é importante se proteger e, segundo os médicos, uma das formas é manter as mãos sempre limpas e bem higienizadas. Há ainda a vacina para hepatite A, mas ela só está disponível no Sistema Único de Saúde para populações vulneráveis.
Já o vírus da hepatite B pode ser transmitido através do sangue contaminado e também pelo sexo, por isso a importância de usar camisinha sempre durante as relações sexuais. Esse tipo de hepatite não tem cura e, por isso, outra medida de prevenção extremamente importante é a vacina, disponível na rede pública para crianças, jovens e adultos até 49 anos – nesse caso, a vacina protege também contra a hepatite D já que para tê-la, o paciente precisa ter também a B. O contato com sangue contaminado também pode transmitir a hepatite C, porém nesse caso, o risco de transmissão pelo sexo só ocorre se houver sangramento durante a relação.
Segundo os médicos, quem é infectado pelo vírus C pode desenvolver a forma crônica da doença ou não, tendo apenas que conviver com ele. Além dos danos ao fígado, como cirrose, câncer e insuficiência hepática, a hepatite C também pode levar à diabetes, comprometer os rins e nervos e causar artrites em diferentes articulações.
Para evitar o vírus C, é importante tomar cuidado ainda com o compartilhamento de objetos, como alicates, por exemplo, que devem ser sempre esterilizados. A hepatite D também é transmitida pelo sangue e, da mesma maneira que os vírus B e C, exige cuidado com o compartilhamento de objetos, como escovas de dentes, seringas, depiladores e barbeadores portáteis.
A hepatite E é transmitida da mesma maneira que a hepatite A: através da mão, água ou alimentos contaminados por fezes. De maneira geral, esses dois tipos da doença evoluem bem de forma espontânea e têm cura, porém é melhor se prevenir lavando bem a comida com hipoclorito de sódio.