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Semas manda parar minas de cobre e níquel da Vale em Carajás

Lúcio Flávio Pinto - 23/02/2024

Mina do Sossego - Créditos: dafobrasil.com

A Vale divulgou nota oficial, hoje(22), informando que a Secretaria do Meio Ambiente do Pará suspendeu a licença de operação de suas minas do Sossego, que produz cobre, e do Onça Puma, de níquel. A suspensão da mina de cobre em Canaã dos Carajás foi informada à companhia na noite de ontem, quando a medida já estava consumada.

 

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A suspensão da mesma licença, concedida para a mina de níquel, em Ourilândia do Norte foi comunicada na manhã de hoje, simultaneamente à execução da ordem. A produção de ambas as minas foi suspensa.

 

A Vale anunciou que vai recorrer das decisões da Semas. Garantiu que está cumprindo as condicionantes e controles socioambientais de suas atividades, de acordo com a legislação e o licenciamento concedido pela secretaria.

 

A Semas informou na véspera que a suspensão do licenciamento ambiental de Sossego “ocorreu por descumprimento de condicionantes ambientais, conforme previsto em lei, e que será mantida até que avalie o cumprimento de tais exigências estabelecidas no licenciamento e que as medidas de controle de adequação sejam atendidas”, segundo a Reuters.

 

A secretaria, porém, disse que ainda aguarda “o ajustamento das medidas de controle das atividades (de Sossego), com foco na diminuição dos danos ambientais e ajustamento das medidas de controle de adequação da atividade”.

 

Já sobre Onça Puma, a Semas não respondeu imediatamente a pedidos de explicações feitos hoje pela agência inglesa de notícias.

 

A mina de Sossego produziu 66.800 toneladas de cobre em 2023. É a segunda maior mina de cobre da Vale em termos de produção, atrás apenas de Salobo, também localizada no Pará, segundo dados do relatório de produção trimestral da empresa publicado no mês passado.

 

O relatório da Vale não apresenta dados individuais de produção em Onça Puma, apenas informou que a produção de níquel na mina diminuiu caiu 5,2 mil toneladas no quarto trimestre ante o anterior, “uma vez que as operações estão suspensas para a reforma do forno”, com conclusão prevista para o primeiro trimestre deste ano.

 

Uma questão surge de imediato, independentemente da análise e interpretação dos dados disponíveis: por que a Semas não convocou a Vale para prestar esclarecimento em um prazo curto (de 48 horas, por exemplo), antes de tomar uma decisão drástica, como a suspensão da licença de operação, por ela mesma expedido, evitando problemas e prejuízos que podem ser causados pela medida?

 

O governador Helder Barbalho, que vem negociando amistosamente com a Vale, de longe a maior empresa em atividade no Pará, deveria pedir a palavra e se manifestar – e de público, como sempre convém. Deixando de lado as conversas de bastidores?




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