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O custo Dilma

Lúcio Flávio Pinto - 25/03/2016

Desde que a presidente Dilma Rousseff se reelegeu, apenas um ano e meio atrás, o governo já reviu sete vezes a meta fiscal. A sétima versão, apresentada ontem, está próxima do dobro da anterior, de pouco mais de um mês antes: passou de 60 bilhões de reais para algo acima de R$ 110 bilhões.

Essas correções espantosas significam, antes de mais nada, que a presidente e sua equipe mentiram desbragadamente para conseguir vencer a eleição.Uma vez vitoriosa e empossada para o segundo mandato, ela foi buscar Joaquim Levy para acertar as contas e restabelecer a credibilidade no governo - não só pelo mercado, que empresta e toma dinheiro do governo, mas pelo público em geral.

O estouro da meta fiscal significa o abandono do prometido ajuste nas contas públicas, hoje acima e além de qualquer entendimento convencional ou racional. Num momento em que sua sobrevivência está ameaçada, o governo desiste dessas filigranas. Quer gastar e investir para tirar o Brasil do buraco em que o país se encontra e aliviar a pressão sobre os cidadãos, asfixiados pela perda de poder aquisitivo e o crescimento dos preços.

Seria a tática certa se o governo dispusesse de capacidade de investir, erodida pela própria incompetência do governo, que nunca conseguiu definir um ponto de equilíbrio para suas políticas de contenção e de expansão.

Para investir agora na reativação da economia em vias de colapso, terá que sustar o pagamento da sua gigantesca dívida e aceitar que ela seja reajustada pelo alto, ainda mais com a perda do grau de investimento de que o Brasil dispôs por longo tempo. O endividamento vai fazer o país retroceder à década de perdida de 1980.

Depois do estelionato eleitoral, o governo Dilma vai causar um prejuízo ainda maior na busca desesperada por sua sobrevivência, O Brasil merece isso?




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