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Iterpa: mercador de terras

Lúcio Flávio Pinto - 19/02/2022

Em 2006, o Iterpa assinou os 25 primeiros contratos de permuta de lotes de terras do Projeto Integrado Trairão. Mais de 20 anos antes, o instituto vendera a particulares, em licitação pública, 1,3 milhão de hectares, divididos em 72 lotes, destinados à colonização na gleba Altamira VI, em São Félix do Xingu.

 

Mas essas terras foram destinadas pela União à reserva indígena kayapó. As vendas tiveram que ser refeitas. O Iterpa passou a permutar as áreas interditadas por terras localizadas em outras partes do Estado. Essa permuta já dura 16 anos e não parece ter fim.

 

Os extratos de mais duas permutas foram publicados no Diário Oficial. A Extradu Serviço de Extração, que arrematou dois lotes (de 511 e 427 hectares), vai receber um único, de 937 hectares, a Fazenda Ipê, no município de Prainha.

 

Amadeu Raimundo de Sousa trocará seu lote de 1.444 hectares pela Fazenda Conquista, com área igual, também em Prainha, onde há floresta nativa a aguardar o “manejo sustentável”, floresta que não existe mais em São Félix do Xingu, onde os donos dos lotes se estabeleceram a partir do final dos anos 1980.

 

Mas como ninguém se interessa por essa longa história de dilapidação do patrimônio fundiário do Estado, o Iterpa faz o que quer, como quer.




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