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Garimpos de ouro despejam uma Samarco a cada 11 anos no rio Tapajós, diz PF

Portal OESTADONET - 27/09/2018

Barco percorre o rio Tapajós perto da comunidade Montanha e Mangabal Lalo de Almeida/Folhapress -

Na Folha de São Paulo, desta quinta-feira (27):

Os garimpos ilegais despejam no rio Tapajós o equivalente a um acidente da Samarco a cada 11 anos, aponta laudo da Polícia Federal. Nesta quarta-feira (26), foi deflagrada uma operação contra o comércio ilegal de ouro no Pará e em São Paulo.?

De acordo com a PF, são lançados por ano 7 milhões de toneladas de sedimento no rio Tapajós, um dos maiores da Amazônia. No acidente de Mariana (MG), em 2015, o rio Doce recebeu 84 milhões de toneladas de rejeito.

O cálculo foi feito a partir da coleta de sedimentos na foz de afluentes do Tapajós na região de Itaituba, sudoeste do Pará. É a maior área de garimpo ilegal de ouro do país. Entre os rios mais devastados estão o Rato, o Crepori e o Jamanxim.

"Além do assoreamento dos rios, com consequente prejuízo para fauna, flora e também para a navegação, há o prejuízo ao turismo e balneabilidade das praias, que perdem o atrativo da água translúcida, e o carreamento de poluentes, como mercúrio e cianeto, detectados em quase todos os afluentes que sofrem com a mineração”, afirma o perito da PF Gustavo Geiser, responsável pelo relatório.

O volume é tão grande que altera a cor do Tapajós por centenas de quilômetros. Ainda que de forma mínima, esses sedimentos chegam até a região turística de Alter do Chão, na foz do Tapajós, aponta o laudo da PF.

Área tradicional de garimpo, a bacia do Tapajós vive um novo boom nos últimos anos, após a introdução das PCs (escavadeiras), equipamentos que custam em torno de R$ 600 mil e provocam um destruição várias vezes maior do que os métodos mais antigos.

Para combater a lavagem de ouro clandestina no Tapajós, a PF e o Ministério Público Federal (MPF) realizaram a Operação Levigação, que resultou no bloqueio judicial de R$ 187 milhões de bens dos investigados.

Um deles é o empresário Dirceu Frederico Sobrinho, proprietário da D’Gold e candidato a primeiro suplente de senador na chapa de Flexa Ribeiro, que concorre à reeleição. Ambos são filiados ao PSDB. 




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