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Metade dos vendedores da Feira do Pescado em Santarém já comercializa peixes de criatórios do Mato Grosso

Weldon Luciano - 21/05/2019

Peixe criado em cativeiro abastece o mercado de Santarém, principalmente no período de defeso de espécies regionais -

Consumidores santarenos estão cada vez mais adaptados ao pescado vindo de outros estados, principalmente o Mato Grosso. Segundo apurou o Portal OESTADONET, dos 40 vendedores cadastrados pela Colônia Z-20, que atuam na Feira do Pecado em frente a cidade, 20 já comercializam este tipo de pecado, que é criado em viveiro. A ausência de um setor de estatística pesqueira dificulta a tabulação de dado exatos, mais é possível estimar que cada um deles vende 100 Kg por semana, o que resultaria em uma venda aproximada de 8 toneladas por mês só neste ponto de venda.

 

“Inicialmente não gostavam, mas agora já estão comprando mais. Eles alegavam que havia diferença no sabor ou que o peixe era mais pitiú. A maioria do peixe que vem de lá (Mato Grosso) é bom para assar”, disse Ailson Sousa, um dos vendedores.  

 

Os vendedores alegam que as restrições impostas pelo defeso que impedem a captura de determinadas espécies nos rios e lagos favorece a entrada desse tipo de pescado, que é produzido em cativeiro. O caminhões vindo do Mato Grosso trazem espécies bastante consumidas na região: tambaqui, pirapitinga, jatuarana, matrinxã, piau cabeça gorda e curimatá.  

 

 


Ailson Sousa, vendedor de pescado na feira do peixe, na orla de Santarém

 

Após desembarcarem, eles são novamente carregados, só que dessa vez com peixes lisos que podem ser beneficiados, ou seja, extraído partes sem espinha, para abastecer restaurantes e mercados em outras regiões do Brasil. A estimativa é de que 70% da mercadoria exportada para o Mato Grosso é composta pela pirarara, surubim e dourada.    

 

Esse pescado é comercializado por R$ 10 a R$ 12 por Kg e concorre diretamente com o peixe produzido em cativeiro de Santarém, Mojuí dos Campos e Belterra. “O santareno já acostumou, principalmente com o tambaqui e a matrinxã e é bem comercializado por aqui. Tem muita gente que prefere o peixe de rio, mas o peixe de cativeiro cada vez mais vai sendo aceito”, ressalta o vendedor Faustino Santos.




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