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A hora e a vez de Moro

Lúcio Flávio Pinto - 02/11/2018

Sérgio Moro chega à casa de Bolsonaro acompanhado do também futuro ministro Paulo Guedes -

O juiz Sérgio Moro apostou alto ao aceitar o convite de Jair Bolsonaro para ser o titular do ministério da Justiça mais fortalecido de toda a história republicana, conforme a versão que o novo presidente anunciou que criará. A importância se acentua porque esse foi o primeiro ministério criado pelos fundadores da república no Brasil, tendo precedência sobre os demais. E, agora, devolvido ao topo do governo.
O outro elemento de relevância consiste no desafio que ele representará para um político com a imagem de antidemocrático como a de Bolsonaro. Se Moro realmente cumprir uma agenda comprometida com um combate rigoroso à corrupção e ao crime organizado, mas nos limites da lei e da Constituição, que ele, como juiz, precisa respeitar integralmente. Logo, sem a interferência do presidente e, em particular, sem os atropelos - verbais e de gestos - de Bolsonaro,.
O capitão reformado do Exército garantiu, após receber a aceitação de Moro, que ele terá plena liberdade de ação e nenhuma pressão sobre os seus atos. O compromisso deve ser para valer. Do contrário, Bolsonaro desperdiçará o maior trunfo que tem agora para mudar a sua imagem e do seu governo, como mostra a reação da bolsa de valores, que hoje bateu recordes de valorização.
Se vive-se um capítulo especial da vida política do país depois da desconcertante eleição de outubro, o sinete de confirmação passará a depender do que Sérgio Moro vai fazer  a partir de segunda-feira, já apenas como advogado e não mais como juiz. Se ele errar ou se estiver blefando, dilapidará o precioso capital pessoal que acumulou e prestará um grave desserviço à nação.




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