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Sem registro de casos nos últimos 5 anos em Santarém, Sindicato considera morte de taxista como fato isolado

Weldon Luciano - 20/10/2018

Santarém não registrava casos de mortes de taxistas desde 2013. Esse é um levantamento feito do Sindicato dos Taxistas da cidade. Antes da morte de taxista Erinaldo Fernando Ferreira de Sousa e do passageiro Paulo Correa da Silva, o último caso havia sido do taxista Antônio Vicente Filho que foi encontrado um matagal na comunidade de Palhal, localizada no município de Mojuí dos Campos.

“No nosso entendimento isso é um caso raro, não é considerado assalto. Ao que tudo indica, foi feito uma casinha para pegar o passageiro, que se valeu da companhia de um taxista na esperança de não ser pego. Pensamos desta forma porque quando é o caso de um assalto, o motorista é agredido, tem suas coisas roubadas, incluindo o carro, e neste caso não se percebeu essas características. A gente acredita que ele estivesse aguardando o retorno do passageiro e para os criminosos isso pode ter motivado o crime contra o taxista, porque ele viraria testemunha e em uma futura investigação poderia de alguma forma identificar os autores. Infelizmente ele estava na hora e no local errado”, diz Antônio Carvalho, presidente do Sindicato dos Taxistas.

Casos de violência contra taxistas, desta natureza, apresentam registros com uma frequência considerada baixa. “Há casos de assaltantes ou pessoas sob o efeito de drogas que abordam motoristas, agridem, roubam o carro. Mas, a maioria deles é resolvida logo seguida, com a prisão dos acusados, a recuperação do veículo. Casos de morte ainda são raros. ”

O sindicato garante que vem dialogando com a polícia e colaborando com as investigações para que o caso seja esclarecido o mais rápido possível. “Estamos acompanhando as investigações e mantemos contanto com o delegado que nos repassa as informações sobre o andamento das investigações, pelo menos o que pode ser dito, uma vez que algumas coisas ficam no sigilo para não atrapalhar. A gente imagina que seja uma questão de tempo para esclarecer tudo”, conclui Antônio Carvalho.

Prisões

A Polícia Civil de Santarém, oeste do Pará, efetuou a prisão de quatro integrantes da quadrilha que está por trás de diversos crimes na cidade, entre eles a morte do taxista. De acordo com a Polícia, Gabriel Batista Santos, Francys da Silva Castro, Tiago Silva Cardoso e Edson Duarte Ferreira foram presos em uma residência no bairro Amparo. Segundo o delegado Jamil Casseb, as investigações continuam.

“Fizemos diligencias pela área e seguindo as investigações, encontramos pistas de que eles poderiam estar escondidos na casa de um deles, o Tiago. Ao chegar no local, eles perceberam a movimentação, tentaram fugir, mas nossa equipe alcançou e efetuou a prisão dos quatro. Ainda estamos com algumas prisões a serem efetuadas”.

 

Dois casos nos últimos 5 anos

 

O corpo do taxista Antônio Vicente Filho, 59 anos, foi encontrado no final da manhã do dia 8 de março de 2013, em um matagal na comunidade de Palhal, localizada no município de Mojuí dos Campos. De acordo com a polícia, ele estava desaparecido desde o dia 6 de março. O corpo do taxista foi encontrado com marcas de facadas.

A polícia concluiu que Antônio foi vítima de latrocínio, que é o roubo seguido de morte. Izaque José Ferrão da Silva, 22 anos, Edivaldo de Paula Silva, 49 anos, o ‘Mineiro’, e Alan Diego de Sousa de apenas 22 anos, confessaram o crime. Eles foram presos depois que o veículo roubado do taxista foi localizado no centro de Uruará, sendo dirigido por uma terceira pessoa que havia comprado o carro dos bandidos. Também duas pessoas foram presas em Santarém, acusadas de envolvimento.

Cinco anos depois, Erinaldo Fernando Ferreira de Sousa, o “Naldo”, de 41 anos e do passageiro Paulo Correa da Silva, 42 anos foram encontrados mortos na segunda-feira, 15 de outubro. Eles estavam há dois dias desaparecidos.

Os corpos estavam amarrados e foram enterrados em cova rasa no terreno de uma casa no bairro Jaderlândia. Segundo informações da polícia, taxista e passageiro provavelmente foram mortos a tiros e foram enterrados. Estavam com os pulsos amarrados e bocas amordaçadas, já em estado avançado de decomposição




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