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Alckmin considera aumento salarial do STF inoportuno, rebate críticas de Ciro e discute questões nacionais de desenvolvimento.

Weldon Luciano - 19/08/2018

Durante a visita a Santarém, no oeste do Pará, o candidato à presidência da república, Geraldo Alckmin (PSDB) comentou sobre questões de interesse nacional como o aumento salarial dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), rebateu críticas e ouviu reivindicações de correligionários e empresários. Simplificação tributária, reforma de estado, reforma do sistema político e investimentos também estiveram na pauta.

Alckmin defende em seu programa de governo algumas reformas, entre elas a ministerial. De acordo com o Pré-candidato, a ideia é diminuir pelo menos 10 deles, mas ainda não definiu quais seriam extintos. Desde fevereiro de 2018, são 29 pastas ministeriais, sendo 23 ministérios, duas secretarias e quatro órgãos equivalentes a ministérios. Alckimin garantiu melhorias para o setor pesqueiro, mas descartou a criação de um ministério para cuidar do assunto. “Não vamos criar o ministério da pesca, vamos ter uma secretaria da pesca. O mais importante é priorizar a piscicultura levando em conta a costa marítima e as bacias hidrográficas. Temos um potencial de emprego e renda nesta área muito grande. Vamos cortar até dez ministérios, mas é uma engenharia que a gente vai fazer mais para a frente”.

O candidato defendeu a simplificação da questão tributária. Segundo Geraldo, o objetivo é suprimir o imposto sobre produtos industrializados (IPI), o Imposto sobre serviço (ISS), imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias (ICMS), além do PIS/CONFINS e criar o chamado Imposto de Valor Agregado (IVA). “Vamos fazer como é feito no mundo inteiro. Com esta simplificação a gente pode atrair muito investimento para o Brasil. Investimento que gera emprego, o Brasil precisa crescer mais forte com baixo investimento”.

Segundo o candidato, o programa de governo também prevê uma reforma política. “Defendo uma reforma política que diminua o número de partidos. Não é possível ser ter 35 partidos no Brasil, mantidos com dinheiro público, queremos também o voto distrital misto. Tornar a campanha eleitoral mais barata e aproximar o representante do representado. Podemos melhorar muito a área política. Há um princípio que diz o seguinte, suprima a causa, que o feito cessa. Nosso sistema político está errado e falido, precisamos corrigi-lo”.

Indagado sobre a dinâmica de desenvolvimento sem agredir o meio ambiente, o pré-candidato defendeu que é possível manter um modelo econômico de conciliação. “Tem que compatibilizar, assim como fizemos no estado de São Paulo. Meio Ambiente não pode ser entrave ao desenvolvimento. É possível você compatibilizar sim a preservação e desenvolver com a presença de industrias, do agronegócio, serviços e turismo”.

Alckmin procurou não polemizar, mas comentou a ação movida pelo MDB que pode tirar 30 segundos de seu programa eleitoral na TV. Pelo menos três partidos (PRB, Solidariedade e PR) que se aliaram ao PSDB não atualizaram as atas de suas convenções no TSE, o que teria gerado falhas na formalização do apoio. Os documentos que essas legendas enviaram à Corte informam apenas que a decisão de se aliar ao tucano foi delegada às executivas de cada partido. “Não sei de onde vem, mas espero que não tenha vindo do Palácio do Planalto, porque não é da liturgia da presidência estar se envolvendo nessas coisas”.

Em campanha no Ceará, o pré-candidato Ciro Gomes criticou o programa de governo de Geraldo Alckmin alegando que suas propostas são iguais ao do atual Presidente Michel Temer, que produziram 13 milhões de desempregados. Ciro afirmou também que Alckimin defende interesses políticos restritos das classes mais ricas do país. O candidato do PSBD rebateu “Acho que ele não leu meu programa que é pautado em emprego e renda. O foco é fazer o Brasil voltar a crescer. Agora, não vamos chegar a terra prometida com voluntarismo, vamos chegar com reformas e agir rápido. O Brasil tem pressa para resolver seus problemas”.

Alckmin concluiu a entrevista comentando o aumento de salários dos ministros do STF. “É totalmente inoportuno porque quem está no topo da pirâmide tem que dar exemplo. O problema não são os 11 ministros do Supremo, até porque eles estão sem reajuste a vários anos. O problema é o efeito cascata. Infelizmente no Brasil tudo é vinculado. Quando se aumenta salários de ministros gera uma grande repercussão”.





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