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Depoimento de empresário preso na Operação Perfuga está marcado para sexta-feira (10)

Weldon Luciano - 08/08/2018

A audiência de instrução de um dos três processos que envolvem o empresário Westerley Jesus de Oliveira e sua esposa Jaynara Thayse de Oliveira está marcada para o dia 10 de agosto. De acordo com o inquérito, as investigações apontam que há fortes indícios de que Reginaldo Campos, enquanto vereador e presidente da casa legislativa supostamente teria associado-se ao empresário Westerley Jesus, a fim de direcionar as empresas deste a vencer licitações públicas que posteriormente implicariam em contratos superfaturados de nenhuma prestação de serviços/bens ou da prestação de diversa da contratada, ocasião em que parte do dinheiro público seria repassado ao então vereador e distribuído a vários agentes da trama criminosa.

Westerley  e Jaynara foram alvos da Operação Irmandade, um dos desdobramentos da Operação perfuga, deflagrada no dia 29 de maio.  A estimativa é de que os desvios de recursos públicos cheguem a R$ 300 mi. Em alguns casos, o serviço foi prestado, mas em uma quantidade muito inferior a lançada na nota e em outros casos, sequer existiu e nem mesmo a Câmara tem como comprovar que os serviços foram efetivamente prestados porque não havia fiscalização.

 

Um ano de Operação Perfuga

 

A Operação Perfuga completou 1 ano nesta terça-feira, 7 de agosto. Quando foi deflagrada a primeira fase, que inicialmente apurou crimes de corrupção ocorridos na gestão do ex-vereador Reginaldo Campos (2015/2016), que permanece preso. O ex-parlamentar se beneficiava diretamente com os desvios, usando o dinheiro inclusive para pagar despesas pessoais. Sem data para encerrar, os desdobramentos resultaram em nove operações executadas em Santarém e Belterra.

Os promotores de justiça de Santarém, Bruno Fernandes, Maria Raimunda Tavares e Rodrigo Aquino atuam nas investigações, e 31 procedimentos ainda estão em andamento no MPPA, além dos inquéritos conduzidos pelo delegado de policia civil Kleidson Castro. Com oito denúncias ajuizadas, sendo uma com setença e outras sete em andamento e 54 réus denunciados. Segundo o MP, 14 indiciados respondem em liberdade.

As denúncias apontam crimes de peculato, falsificação de documento público, inserção de dados falsos em Sistema de Informação, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, associação criminosa e falso testemunho. As investigações e colaboração premiada de quatro réus estenderam a apuração para além do âmbito da Câmara de Vereadores e chegou até o município de Belterra, palco de uma das operações mais recentes.

Até agora quatro colaborações premiadas foram fechadas. Além do chefe do RH e do ex-vereador Reginaldo Campos, foram homologadas as delações de Rubens Athias, ex-chefe do setor de licitações, e Samuel Fernandes, ex-diretor administrativo da Câmara de vereadores. A primeira fase revelou funcionários fantasmas que recebiam os salários sem trabalhar e entregavam o dinheiro ao vereador, e esquema de marcações ilegais de consultas e exames. Depois, foram reveladas fraudes em contratos e licitações, inserção de dados falsos no sistema, desvios de combustível, emissão de notas fiscais frias e outros crimes.




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